São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2001


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mcqueen

Martyn Hayhow/France Presse
Desfile de Alexander Mcqueen em Londres


Estilista faz o mais grandioso desfile da temporada européia

DA ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

"What a Merry Go Round", antecipava o convite do desfile de Alexander McQueen. E que carrossel. Recém-associado ao grupo Gucci, o estilista inglês viria para fazer, num depósito de veículos em Londres, o mais grandioso desfile da temporada do outono-inverno 2001/2002.
A apresentação se dava ao som de rock, barulhento e pesado, com as modelos vindas lá de trás para rodopiar no palco giratório do lugar, com um carrossel também rodando, no meio. A performance ainda incluía as meninas fazendo lascivas coreografias, típicas de clubes de stript-tease. Mistura de infantilismo com pornô, em clima de futurismo inspirado em "Blade Runner".
McQueen nunca teve medo do exagero. Nem por isso a teatralidade de seu estilo de apresentação resulta em roupas não-usáveis. O militarismo característico do estilista deu o tom de muitas peças, no verde e na alfaiataria (outra marca), ou mesmo no preto sadomasoquista que apareceu do meio para o final, quando "caps" de vinil ganharam penachos do chapeleiro Philip Treacy e exóticas caveiras de metal, presentes também em cintos gigantes onde se lia o nome do designer: McQueen, como uma tribo de motoqueiros tipo Harley Davidson. Nos pés, botas de cano alto com biqueiras douradas ou mules de salto.
O trabalho com volumes é uma de suas marcas registradas -em picotes e golas, misturados a vestidos de jérsei em preto, cinza ou verde, desenhando o corpo. A volumetria do estilista aparece também nos vestidos sem cintura, com silhueta anos 30, e ainda no casaco art déco preto, usado com meia-calça verde.
As capas, sempre estruturadas, vêm até o pé, vistas apenas com uma botinha, ou em versão smoking, curta e sexy, sem nada por baixo. Como acessório, McQueen usa uma bizarra estola de esqueleto dourado sobre um vestido-smoking, e também penas de pavão cobrindo saias e tops.
O momento mais inusitado, entretanto, se deu quando o palco (podemos chamar assim) se iluminou por trás, revelando um outro cenário, onde brinquedos do terror, bichos empalhados e modelos se misturavam. Lá, Erin O'Connor segurava dezenas de balões, com um vestido de tule laranja e preto, com o rosto pintado de palhaço do Mal, meio Kiss meio Chuck, o personagem de "Brinquedo Assassino".
Outras modelos cortaram os balões, que subiram e a deixaram rodando sozinha, no carrossel, enquanto outra modelo num vestido preto arrastava pelo pé uma caveira de metal dourada, para total estupefação do público. (ERIKA PALOMINO)

Veja galeria de imagens



Texto Anterior: Novas tendências: Apesar das críticas, temporada nova-iorquina lança seus hypes
Próximo Texto: Jovens modernos
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.