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PERGUNTAS E RESPOSTAS
1 O que é dor?
A dor é a sensação desagradável que acompanha uma lesão física ou
disfunção do organismo. É um sinal de que algo está errado no organismo
do indivíduo. Para a psicologia, pode ser interpretada ainda como "um
pedido de ajuda".
2 Qual a diferença entre dor aguda e dor crônica?
A dor aguda geralmente está associada a algum tipo de lesão corporal e
tende a desaparecer logo que esta melhora. Já a dor crônica é aquela que
perdura por mais de três meses, que persiste após o período de cura da
lesão que a causou.
3 Dor é doença?
Alguns tipos de dor crônica não têm função aparente, como a enxaqueca e
a lombalgia (dor na região inferior das costas). Nesses casos, em que
ela própria é o problema, é, por si só, uma doença.
4 Dor pode matar?
Diretamente não, mas pode levar à morte. Alguns cientistas afirmam que a
dor crônica debilita o sistema imunológico, facilitando o surgimento e
desenvolvimento de doenças fatais, como o câncer.
5 Como a dor acontece no corpo?
O estímulo é captado pelos nervos, no local da lesão, e transmitido
através de uma espécie de fiação nervosa à medula óssea, que leva a
informação ao cérebro, onde o estímulo é percebido e interpretado.
6 Todo mundo sente dor?
A dor é uma experiência quase universal. Algumas pessoas, entretanto,
sofrem com uma doença rara, chamada analgesia congênita, que
impossibilita a sensação de dor.
7 A dor tem cura?
Não há previsão de cura para pacientes com dor crônica. A dor pode ser
tratada e controlada, mas o paciente deve estar consciente de que deverá
conviver com ela durante um longo tempo.
8 Qual é a diferença entre dor mental e dor física?
A distinção entre 'mental' e 'físico' é arbitrária. Por definição, todas
as dores envolvem componentes emocionais e sensoriais, sendo, ao mesmo
tempo, mentais e físicas. Entretanto, pode-se classificá-las quanto à
origem: algumas dores têm origem física (como bater o joelho, por
exemplo) e, outras, mental (como ocorre na síndrome do pânico e na
depressão).
9 Depressão é a mesma coisa que tristeza?
Não, a depressão é uma doença. A tristeza do deprimido é diferente
daquela que aparece em indivíduos normais quando sofrem alguma perda. O
indivíduo deprimido perde a capacidade de sentir prazer, tem alterações
no sono, dores no corpo, diminuição na concentração, raciocínio e
memória. Além disso, ele torna-se negativista, com idéias suicidas e
sentimento de culpa. Os sintomas duram no mínimo duas semanas.
10 Quais são as dores mais comuns?
As mais frequentes estão localizadas nas costas. Em seguida vêm as dores
articulares (joelhos e cotovelos), de cabeça e musculares.
11 Como a dor afeta a vida do paciente?
A dor crônica gera consequências em praticamente todas as áreas da vida
do paciente. Praticamente todos os pacientes têm suas relações
familiares afetadas e se tornam parcial ou totalmente incapacitados para
as atividades normais e de trabalho. Sofrem com alterações psíquicas e
comportamentais, como irritabilidade, agressividade, ansiedade, angústia
e sintomas depressivos.
12 Como são os tratamentos atuais?
Os mais modernos visam a tratar a dor em todos os seus aspectos,
utilizando medicamentos, fisioterapia, psicote-rapia e terapias
alternativas.
13 Qual é o futuro dos tratamentos?
Pesquisas estão sendo feitas para que medicamentos de combate à dor
(analgésicos e anestésicos) possam ser administrados de forma mais
inteligente em cada paciente e, no futuro, fabricados "sob medida", de
acordo com a sensibilidade de cada indivíduo. Essa "medida" seria dada
pelos genes que controlam a sensibilidade à dor de cada um.
Conforme o DNA (conjunto de informações de um indivíduo) for sendo
decodificado pelos cientistas, novas drogas serão desenvolvidas, e, a
longo prazo, os próprios genes poderão ser "tratados", alterando a
sensibilidade à dor de cada paciente.
14 Os tratamentos alternativos são eficientes?
Terapias alternativas são parte dos tratamentos utilizados e contribuem
para a melhora do quadro geral do paciente. Os métodos mais usados são a
acupuntura, relaxamento, massagens e hipnose.
15 O que é dor fantasma?
É a dor no membro ou órgão que foi removido cirurgicamente, como no caso
de amputações. O mecanismo pelo qual ela acontece ainda é desconhecido,
mas a hipótese mais provável relaciona o fenômeno à "memória" da dor (o
cérebro guarda a "lembrança" das dores existentes antes da amputação).
16 A concepção de dor muda de povo para povo?
Sim. Como a percepção da dor é um fenômeno individual, influenciado por
aspectos culturais, diferentes povos podem ter maneiras diferentes de
encarar a dor. A formação social da pessoa influencia a maneira como a
dor é interpretada pelo cérebro. Assim como os faquires e algumas tribos
africanas que ornam o corpo com cicatrizes ou argolas que alongam o
pescoço.
17 O que é a morfina?
A morfina, substância química extraída do ópio, é o principal analgésico
utilizado para tratar dores moderadas e intensas. Foi desenvolvida em
1803 pelo farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Serturner. O uso
prolongado da droga pode levar à dependência, pois inibe a produção das
morfinas endógenas (produzidas pelo próprio organismo), causando
dependência física e, em alguns casos, psíquica.
18 Todo paciente com câncer tem dor?
Entre 70% e 90% dos pacientes com câncer avançado, e entre 20% e 50% dos
pacientes com câncer na fase inicial sentem algum tipo de dor. Porém, na
maioria dos casos, a dor é controlada com medicamentos por via oral.
19 Enxaqueca e dor de cabeça são a mesma coisa?
Não. Enxaqueca é um tipo de dor de cabeça. Segundo a Sociedade
Brasileira de Cefaléia, há pelo menos 150 tipos diferentes de dor de
cabeça.
20 Enxaqueca tem cura?
A enxaqueca é doença e como tal deve ser tratada. Ultimamente têm sido
desenvolvidos tratamentos com maiores benefícios terapêuticos. Quando o
tratamento é suspenso, muitos pacientes permanecem sem dor, mas outros
voltam a senti-la. Por isso alguns médicos dizem que há cura e outros
não.
21 Criança com dor de cabeça precisa usar óculos?
São raros os casos de dor de cabeça causados por esforço visual. Quando
ocorrem, essas dores começam no final do dia, depois da escola, por
exemplo. Se a criança acorda com dor de cabeça, a não ser que o pediatra
ache necessário, não se justifica a ida ao oftalmologista.
22 Os pacientes com dor crônica se tornam dependentes dos medicamentos?
Em alguns casos, sim. Principalmente quando tratados com opiáceos
(medicamentos derivados do ópio). Esse é um grande desafio para os
médicos, já que esses são medicamentos muito eficientes e utilizados com
frequência.
23 A concepção de dor mudou ao longo da história?
Sim. A dor teve um significado diferente para cada sociedade. Para os
gregos ela era uma fera que devorava o homem. Na Idade Média,
especialmente depois do século 12, uma manifestação de fé e, atualmente,
os cientistas buscam controlá-la.
24 No futuro a dor será totalmente eliminada?
Não. A ciência trabalha para descobrir formas de aperfeiçoar os
tratamentos e a produção de remédios. Mas os especialistas concordam em
que a eliminação completa da dor é um sonho irrealizável.
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