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Novo em Folha 42ª turma
09/11/2007
Em Busca do Japão

GABRIELA QUINTELA
da Redação

Fanáticos por quadrinhos e desenhos animados do Japão, os "otakus" têm no bairro da Liberdade um ponto de encontro; mesmo sem ascendência, eles se sentem japoneses

"Liberdade hoje", em japonês
"Liberdade hoje", em japonês

Desde que os desenhos animados japoneses, como "Cavaleiros do Zodíaco", começaram a fazer sucesso no Brasil, na década de 90, o interesse pela cultura japonesa tem aumentado.

O bairro da Liberdade se tornou o paraíso dos "otakus", como são chamados os aficionados por animês e mangás (respectivamente, os desenhos animados e os quadrinhos japoneses). Eles podem ser vistos aos fins de semana na estação Liberdade, muitas vezes vestidos como seus personagens preferidos.

Alguns vêm de longe, como o baiano Ricardo Silva, que não tem nenhuma ascendência japonesa e nunca foi ao Japão. Ele organiza, em Salvador, o festival Anipólitan, que anualmente reúne "otakus" em um dos colégios da cidade.

"Já vim pra São Paulo umas cinco vezes pra conferir os eventos relacionados à cultura japonesa, e sempre passo pela Liberdade para ver o que tem de novidade." Mas Ricardo reclama dos preços. "Está mais barato importar pela internet. O mesmo boneco de 'Samurai X' que eu comprei na internet por R$ 20, na Liberdade é vendido por R$ 60", diz.

A sergipana Mai Soto também sempre visita a Liberdade quando está em São Paulo. "É um bairro adorável", diz ela, que também não tem nenhuma ascendência nipônica e é vocalista da Baka Sentai, banda cujo repertório é formado exclusivamente por covers de canções de animês.

Daniel Freire/Folha Imagem
Jardim Oriental, situado na rua Galvão Bueno, ao lado do viaduto Cidade de Osaka
Jardim Oriental, situado na rua Galvão Bueno, ao lado do viaduto Cidade de Osaka

Mineira e descendente de italianos, Natália Ximene, 20, mora há oito anos em São Paulo. Mas diz que se sente japonesa. Ela aprendeu a falar japonês e tem aulas de kendo, a arte da espada dos samurais. Até hoje, todos os namorados da moça eram nikkeis. "Só me atrai a beleza oriental", diz Natália, que está "quase noiva" de um sansei (neto de japoneses).

Moradora do Jardim Aeroporto, ela vai à Liberdade pelo menos uma vez por semana. "Compro comida japonesa, pois aqui é mais barato. Quando tenho um dinheiro a mais, compro mangás", diz.

"Na Liberdade, eu me sinto no Japão", diz Natália. "Meu sonho é um dia conhecer o Japão, então a Liberdade é um lugar onde tenho a sensação de estar em casa, é onde me sinto mais feliz."

Raimundo Paccó -28.jan.07/Folha Imagem
Paredes do túnel de acesso à avenida Paulista, em São Paulo, grafitadas em homenagem ao centenário de imigração japonesa no Brasil
Paredes do túnel de acesso à avenida Paulista, em São Paulo, grafitadas em homenagem ao centenário de imigração japonesa no Brasil
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