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Novo em Folha 40ª turma
14/02/2006

Entrevista: Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça

DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Principais trechos da entrevista com o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Folha - O senhor disse em palestra na USP [dia 5 dezembro] que houve aumento nos investimentos destinados à Polícia Federal. A prova material tem menos de 10% do efetivo trabalhando no setor. O que o senhor tem a dizer sobre isso e quais foram os critérios para esses investimentos?

Márcio Thomaz Bastos - Nós investimos muito em perícia. Foi inaugurado [em março de 2005] o Instituto Nacional de Criminalística, que é o melhor de toda a América Latina. Temos investido muito em pesquisa, em [teste de] DNA, em identificação datiloscópica. O sistema AFIS [software de identificação criminal por meio de impressões digitais] é um processo que já está na Polícia Federal de identificação e de cadastramento digitalizado e será repassado a todas as secretarias [de Segurança] de Estado. Estamos disseminando laboratórios de DNA por todas as regiões do Brasil. Estamos tentando elevar o paradigma da investigação. Deixar aquela investigação empírica, de procura, e passar a usar como método, como hábito, padrões científicos de investigação, como a impressão digital -que é uma coisa antiga-, mas a digitalização e o cadastro centralizado na Polícia Federal e unificado com todas as polícias é uma novidade no Brasil, assim como o uso maciço do DNA. Estão sendo criados laboratórios de DNA e alguns já se encontram em funcionamento em todas as regiões do país. Estão sendo doados [os laboratórios] pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, de modo que tenha a possibilidade de vencer o grande gargalo da investigação criminal que é o encontro da autoria [do crime] porque com a investigação baseada na impressão digital e no teste de DNA, que pode ser tirado do fio de cabelo, do fragmento de pele, do pedaço de unha, da gota de sangue, com isso, elimina-se esse gargalo e essa dificuldade de descobrir que foi o autor do crime.

Folha - Ministro, as operações da Polícia Federal subiram de 2003 a 2005. A que o senhor atribui esse crescimento?

Thomaz Bastos - Eu atribuo esse crescimento, que nos enche muito de orgulho, a um investimento maciço que nós fizemos e a mudança da direção da Polícia Federal. Hoje, a corporação trabalha sob a liderança de um delegado [Paulo Lacerda] absolutamente probo, cujo efeito multiplicador das suas atitudes tem ajudado muito nisso. Além disso, eles [os policiais federais] estão cortando na própria carne. Eles não têm a menor complacência com o policial que seja corrompido, com o policial que se tresmalhe dos limites da legalidade. E o investimento que nós fizemos foi muito forte. O presidente [Lula] logo nos primeiros dias de 2003 aumentou em 70% o efetivo da Polícia Federal. Os concursos estão sendo feitos, houve investimentos em infra-estrutura, em equipamento, em treinamento e um uso -isso também é uma questão mais de atitude do que de investimento- um uso intensivo de mecanismos modernos de investigação, como a inteligência policial, como monitoramento, como a busca e apreensão, como a prisão temporária, que são coisas que ajudam e facilitam, por meio da paciência com que as operações são trançadas, são tramadas, no êxito da instituição. Uma coisa que é de notar é que a corporação fez todas essas operações de combate à corrupção, ao crime organizado, ao tráfico de drogas sem disparar um tiro, dado o quê: o planejamento, a cautela e o trabalho cuidadoso.

Folha - Por que houve a paralisação da Polícia Federal no dia 8 de novembro?

Thomaz Bastos - Aí é uma questão sindical. Foi uma paralisação que é normal, absolutamente. É uma paralisação reivindicativa, que nós respeitamos. Já enfrentamos greve da Polícia Federal neste governo. Eu acho que a instituição está muito bem. Ela é motivo de orgulho para o governo federal.
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