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08/12/2006

Petistas não lideram nas cidades que governam

DA EQUIPE DE TREINAMENTO

A coligação PT-PC do B não conseguiu obter o maior número de votos para deputado estadual em 75% das cidades em que elegeu prefeito em 2004.

O dado é resultado do cruzamento da votação das últimas eleições para prefeito e da votação para a Assembléia Legislativa deste ano.

Para Celso Roma, cientista político da USP, parece que há uma tendência do eleitor coordenar seu voto de acordo com o candidato majoritário. Nesse caso, o voto de deputado estadual com o de governador.

Em 2004, PSDB e PFL elegeram os prefeitos de 197 cidades. Em 2006, os partidos obtiveram o maior número de votos para deputado estadual em 170 desses municípios. Em termos percentuais, portanto, os tucanos e pefelistas tiveram o melhor desempenho para deputado estadual em 86,3% das cidades em que conquistaram o cargo de prefeito.

Já a coligação PT-PC do B apresentou uma tendência distinta. Em 2004, por exemplo, os petistas conquistaram 36 prefeituras paulistas. Neste ano, a coligação foi a mais bem votada para deputado estadual em nove cidades. Ou seja, teve 25% de aproveitamento.

Entretanto, se considerarmos a característica do partido de concentrar votos em grandes centos urbanos, segundo Rachel Meneguello, os dados mudam para o PT. Das 12 cidades em que obteve mais de 10 mil votos para prefeito em 2004, o partido alcançou maior votação para deputado estadual em seis delas. Ou seja, 50% --um resultado melhor do que o anterior, mas ainda assim bem longe da marca obtida pelo PSDB e PFL.

Em seus redutos tradicionais, o PT teve desempenhos distintos. Foi o mais bem votado para deputado estadual em Santo André, Diadema e Guarulhos, mas perdeu para a coligação PSDB-PFL em Araraquara e Osasco.

O PFL, por sua vez, confirmou a sua vocação de partido enraizado no interior. Todas as 56 prefeituras que o partido comanda desde 2004 representam pequenos centros urbanos. A exceção à regra é a cidade de São Paulo, onde Gilberto Kassab assumiu o comando do Executivo após a saída de José Serra, atual governador eleito.

Alinhamento na votação

Celso Roma afirma que "há uma congruência do desempenho dos partidos na eleição majoritária e na eleição proporcional. De certa maneira, os eleitores coordenaram os dois votos que eles tinham na eleição estadual, um voto para governador e outro para deputado. Quando os eleitores coordenam seus votos, eles escolhem candidatos do mesmo partido".

O mesmo alinhamento seria observado nos resultados da eleição estadual de 2006 e da municipal de 2004. "Em cidades onde o prefeito é do PSDB e do PFL, o eleitorado votou em candidatos desses partidos para governador e para deputado estadual", afirma Roma.

Para ele, o PT também seria exemplo de alinhamento eleitoral, pois obteve a maior votação para deputado estadual em seus redutos tradicionais. Araraquara e Osasco seriam exceções à regra.

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