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Novo em Folha 44ª turma
12/12/2007

Na vila de 258 casas, só 4 estão como antes

DA EQUIPE DE TREINAMENTO
MARINA GAZZONI

Como em 46% dos prédios avaliados, vila Maria Zélia foi alterada; proprietários dizem que não foram orientados

Falta de informação sobre tombamento e mau exemplo do poder público são justificativas dos moradores para reformas

Fotos Daniela Alarcon/Folha Imagem
Prédio público abandonado na vila Maria Zélia (esq.)
Prédio público abandonado na vila Maria Zélia

O tombamento não impediu a descaracterização de 46% dos imóveis avaliados no levantamento da Folha. Na vila Maria Zélia, no bairro de Belenzinho, restaram 171 casas das 258 construídas entre 1912 e 1916 para abrigar os funcionários da fábrica de tecidos de Jorge Street. Dessas, apenas quatro preservam a fachada original.

O Condephaat não quis se pronunciar sobre as descaracterizações na vila. Os moradores apresentam dois argumentos: falta de informação e mau exemplo do poder público.

"Se tivéssemos recebido orientação, não teríamos mexido", justifica a moradora Roseli D'Agrella. Por reformar o imóvel, ela calcula que pagou mais de R$ 3.000 em multas aplicadas pela prefeitura.

Fotos Daniela Alarcon/Folha Imagem
Uma das casas com fachada original restaurada
Uma das casas com fachada original restaurada

Teresa Beltrame, 66, também foi multada por reforma não legalizada. Ela conta que pediu autorização ao Condephaat, mas eles solicitaram que ela contratasse um arquiteto e apresentasse a planta. "Como levaria mais um ano e um monte de dinheiro, fizemos como todo mundo fez", disse.

Mau exemplo
Do clube Maria Zélia onde o aposentado Milton Pimentel, 80, se casou em 1951, só restam entulho e ruínas. O imóvel é um dos sete prédios públicos da vila, todos abandonados.

"Como você explica para um casal com filhos, que vê em frente a sua janela os prédios públicos deteriorados, que ele não pode fazer mais um quarto porque precisa preservar o patrimônio?", indaga o presidente da Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia, Paulo Salomão.

Em 2006, a prefeitura assinou um convênio com o INSS, proprietário dos imóveis, para revitalizá-los. O assessor de habitação da subprefeitura da Mooca, Ricardo Thomaz, disse que um projeto de instalação de uma escola técnica está em análise.

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