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Novo em Folha 45ª turma
04/07/2008

Estreante, Arapongas precisa decidir se vale a pena crescer ainda mais

IAGO BOLÍVAR
ENVIADO ESPECIAL A ARAPONGAS (PR)

Iago Bolívar/Folha Imagem
Maria Isabel de Souza, que se mudou para a cidade em busca de emprego distante da roça
Maria Isabel de Souza, que se mudou para a cidade em busca de emprego distante da roça

Em uma cidade com 98% das ruas asfaltadas, a terra vermelha que foi base da economia cafeeira só é vista nos canteiros de obra. Dela erguem-se prédios, galpões e casas, financiados pela riqueza da indústria que fez Arapongas, no Paraná, superar a marca de 100 mil habitantes e entrar este ano no grupo das cidades médias brasileiras.

A população passou de 85 mil em 2000 para 103 mil, segundo IBGE. Diante de números crescentes em todas as áreas a arrecadação teve um salto de 52% em três anos o secretário municipal de Finanças diz que talvez seja a hora de desacelerar.

"Esse crescimento também tem custos, e às vezes eles são maiores do que os benefícios", afirma Josias Gamero.

A preocupação da maioria é aproveitar o bom momento. O engenheiro araponguense Luiz Antônio Rodrigues, responsável pela construção de vários galpões industriais, está fazendo o seu primeiro prédio. E vai ser logo o maior da cidade, com 18 andares.

Enquanto dá detalhes da obra, orçada em R$ 15 milhões, e diz que a maioria dos 60 apartamentos estão vendidos a R$ 450 mil, cada ele atende o celular. "Aí, vendemos mais um!" O comprador escolheu uma unidade de outro prédio, que ainda não começou a ser construído.

Na base do desenvolvimento está a indústria de móveis. Há 195 fábricas, quase todas de proprietários da própria cidade, que tem tradição no setor. A tendência se fortaleceu em 1975, quando geadas levaram a produção de café ao colapso. Mas foi o crescimento do poder de compra das classes populares, principalmente a partir de 2004, que acelerou a economia local.
Localizada entre Londrina e Maringá, Arapongas começou a receber parte dos moradores do interior do Paraná que se dirigiam às duas cidades à procura de emprego. É o caso da cortadora de tecido Maria Isabel de Souza, de 32 anos. Há três anos, ela saiu de Centenário do Sul, a 85 quilômetros de Arapongas, à procura de empregos distantes da roça para ela e o marido. Ele trabalha como pedreiro.

"Valeu a pena" diz ela. "Nós ganhamos mais e nossos filhos estudam em escolas melhores." Para atender aos novos alunos, duas escolas estaduais foram construídas este ano. E a prefeitura já não sabe se, fora dos dados oficiais, há alguma nova rua sem asfalto.

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