São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 2003

AFRO-BRASILEIROS

Brasil com jeito de África

ELIZABETH HOISEL
ESPECIAL PARA A FOLHINHA

Estudar a vida dos povos africanos no Brasil é importante para as crianças entenderem como eles contribuíram para a cultura brasileira. As tradições que vieram da África deram aos brasileiros um jeito particular de ser, um tipo de beleza, religião, arte e futebol.
Por mais de três séculos, príncipes e súditos foram capturados nas terras africanas para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar, nas minas e nos cafezais dos senhores europeus que viviam no Brasil.
Não se sabe ao certo o número de africanos que chegaram aqui. As estimativas variam de 12 milhões a 50 milhões. Nagô, Jeje, Mina, Benin, de origem sudanesa, Angola, Cabinda, Congo e Benguela, de origem banto, são algumas tribos africanas que foram trazidas para o Brasil.
Alguns reinos africanos foram destruídos pelo tráfico. E outros reinos eram ricos e sábios. Exemplos são Djenne e Timbuctu, importantes centros culturais do século 16 que ficavam na atual Líbia.
No Brasil, documentos que registravam as origens desses povos foram queimados logo após a abolição da escravatura (1888). A idéia era apagar a história negra do país. (Colaborou o antropólogo Eduardo Logum-uá)


Elizabeth Hoisel é antropóloga e co-autora de "Ogum - O Rei de Muitas Faces" (Companhia das Letras).

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.