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AFRO-BRASILEIROS
Brasil com jeito de África
ELIZABETH HOISEL
ESPECIAL PARA A FOLHINHA
Estudar a vida dos povos africanos no Brasil é importante para as
crianças entenderem como eles
contribuíram para a cultura brasileira. As tradições que vieram da
África deram aos brasileiros um
jeito particular de ser, um tipo de
beleza, religião, arte e futebol.
Por mais de três séculos, príncipes e súditos foram capturados
nas terras africanas para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar, nas minas e nos cafezais dos senhores europeus que
viviam no Brasil.
Não se sabe ao certo o número
de africanos que chegaram aqui.
As estimativas variam de 12 milhões a 50 milhões. Nagô, Jeje, Mina, Benin, de origem sudanesa,
Angola, Cabinda, Congo e Benguela, de origem banto, são algumas tribos africanas que foram
trazidas para o Brasil.
Alguns reinos africanos foram
destruídos pelo tráfico. E outros
reinos eram ricos e sábios. Exemplos são Djenne e Timbuctu, importantes centros culturais do século 16 que ficavam na atual Líbia.
No Brasil, documentos que registravam as origens desses povos
foram queimados logo após a
abolição da escravatura (1888). A
idéia era apagar a história negra
do país.
(Colaborou o antropólogo Eduardo Logum-uá)
Elizabeth Hoisel é antropóloga e co-autora de "Ogum - O Rei de Muitas Faces"
(Companhia das Letras).
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