Crianças
São Paulo, sábado, 4 de agosto de 2001

Caminho de trilha e escada

KARINE RODRIGUES
FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

O caminho entre a casa e a escola de Maria do Socorro Marinho, 12, parece um labirinto.
Ela mora no alto do morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio), conhecido como um dos mais íngremes da cidade, e estuda em uma escola do bairro, a cinco quadras do "pé" do morro. A distância não é tão grande, mas o trajeto é complicado, pois não há ruas ali.
Os moradores usam uma trilha de terra batida que serpenteia pelo morro, além de degraus de cimento e pontes improvisadas.
Maria do Socorro leva 20 minutos para chegar à escola. Ela sai de casa às 12h30, com a irmã, Maria da Guia, 16, que estuda na mesma escola. Elas encontram outras crianças pelo caminho. Todas acabam descendo juntas. Elas descem os degraus rapidinho, embora geralmente não tenham em que se apoiar. "Quando chove é complicado. Escorreguei várias vezes", diz Socorro. Aqui e acolá, ela dá um pulinho para se desviar dos cocôs de cachorro e das poças de água suja. Perto do asfalto, há bares minúsculos e camelôs. Socorro passa sem olhar, mas conta que, às vezes, dá uma paradinha. "A gente compra bala e vê bijuterias." As duas fazem o caminho de ida e volta da escola juntas. "O pai quer assim. É menos perigoso."


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