Crianças
São Paulo, sábado, 4 de agosto de 2001

VOLTA ÀS AULAS

Alunos do rio Negro são bons canoeiros

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IRANDUBA

No Amazonas, os rios são as estradas das populações ribeirinhas, que moram na beira dos rios. Lá, as crianças costumam ir à escola de canoa.
Com o remo nas mãos, os estudantes vão se equilibrando na proa, ultrapassando obstáculos, que podem ser um banzeiro (onda de rio) ou animais perigosos, como jacarés e cobras. Na vila de casas flutuantes da ilha do Catalão, em Iranduba (30 km ao sul de Manaus), a canoa é mais importante do que o carro. A ilha fica no rio Negro.
Soraia da Silva, 8, Dênis Pedro Nascimento, 9, e Raimundo da Silva, 10, colegas da 1ª série, acordam cedo, com o burburinho dos passarinhos. Tomam um banho de rio, o café e partem de canoa para a escola municipal Nossa Senhora Aparecida, a uns 15 minutos de suas casas.
A escola, construída em madeira, também é flutuante. A professora Antônia de Souza chega de voadeira, pequena lancha com motor de popa, trazendo as crianças que são de uma comunidade que fica a 20 minutos da escola.
A sala de aula é dividida em turmas de alfabetização e 1ª série. Muitas crianças vão à aula descalças e sem uniforme. São filhos de catraieiros (homens que pilotam as canoas com motor), extratores de madeira e pescadores. A maioria delas não vê TV e nunca foi ao shopping.

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