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São Paulo, sábado, 18 de junho de 2005

Cuidado com o cão

Jefferson Coppola/Folha Imagem
Gato à espera de adoção no Centro de Controle de Zoonoses, em São Paulo


Animais abandonados podem transmitir doenças, campanhas e conscientização ajudam a combater o problema

ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Cuidado com o cão." As placas que protegem humanos de ataques de cães bravos bem que poderiam servir também para lembrá-los de que os animais domésticos precisam de muitos cuidados e que não devem ser abandonados.
A Universidade de São Paulo, ponto de abandono de animais da capital paulista, iniciou uma campanha pela posse responsável e pelo respeito aos animais com o Programa Vida Digna (confira em www.usp.br/vidadigna). Além disso, o programa da USP busca incentivar a adoção de animais abandonados, uma alternativa à compra de bichos. Além de passar fome, frio, sofrer com maus-tratos ou doenças, animais abandonados ou malcuidados aproximam pessoas de zoonoses: infecções adquiridas em contato com bichos ou alimentos contaminados.
Das ruas de São Paulo, são recolhidos cerca de 10 mil animais por ano, e outros 3 mil são levados pela população ao Centro de Controle de Zoonoses, órgão da prefeitura responsável por recolher e abrigar esses animais.
Lá, eles ficam três dias à espera do dono. Caso ninguém apareça, os animais saudáveis e sociáveis são vacinados, vermifugados, castrados e partem para a adoção. Os demais, infelizmente, acabam eutanasiados (mortos).
Novas chances
Mas a imagem de um centro de terror contra bichos, pelo menos na cidade de SP, parece ter ficado no passado. "Houve um movimento de muitos esforços e criamos uma ponte entre órgãos de saúde pública, veterinários e ONGs de proteção animal", conta Marco Ciampi, 50, presidente da ARCA Brasil (Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal).
Essa "ponte" se reflete nas atitudes tomadas pelo CCZ de São Paulo, que, hoje, tenta promover a educação da população para a posse responsável.
"A função dos projetos de parceria é dar mais uma chance de vida aos animais abandonados", diz Ciampi.
"É preciso que quem deseja ter um bicho de estimação pense por que o quer", explica Dionísio Rebecca, 47, veterinário do CCZ de São Paulo. Ele também alerta para a importância de registrar o animal no CCZ. "Ele ganha uma coleira com plaquinha que tem o número do registro. Se ficar perdido, é possível localizá-lo mais facilmente."

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