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Tristeza de lebre dura pouco
Todo mundo sabe que as
lebres estão entre os animais mais alegres do mundo. Mas, certo dia, a lebre
sentiu uma tristeza profunda. Era como se sua vida tivesse perdido a graça: não
gostava mais de brincar,
correr pelos prados à noite,
nem mesmo as cenouras levantavam seu ânimo.
- Eu adoro correr nos
campos - pensou a pobre
lebre -, mas, neles, sempre
corro o risco de ser morta
por um caçador. Quando
estou na floresta, quem me
persegue é o lobo. Também
sou atacada por raposas e
corvos. No mundo, não há
refúgio seguro onde eu possa descansar. Estou tão
triste que vou saltar num
lago e fazer de tudo para virar um peixe, mesmo que
eu morra tentando mudar
de corpo.
Lá foi a lebre até o lago,
onde não viu peixes, mas
encontrou muitas rãs. Assustadas com a lebre, as rãs
mergulharam nas águas.
Subitamente, vários caçadores de rãs surgiram para pegá-las. Mas, como elas
haviam se assustado com a
chegada da lebre, acabaram
salvas. Quando os caçadores se afastaram, de mãos
vazias, a lebre sentiu uma
felicidade repentina:
- Bem, se minha presença salvou tantas rãs, talvez
isso queira dizer que minha
vida vale para alguma coisa.
Contente com esse pensamento, a lebre voltou aos
prados, saltitante, veloz e
alegre, como continua a ser
até os dias de hoje.
Adaptação de conto polonês.
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