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MINICONTO O pastro de letrsa Valério Oliveira Letras e ovelhsa são rebeldes e atervidas. Não respeitma nada. Estão sempre saidno da fila e bagunaçndo o coreto. Quando me pergutnam que profissional eu uqero ser quando rcescer, eu smepre digo: -Pastor ed letras. -Quê?- todos arregalma os olhos, entre asusstados e curiosos. -Psator de letras. Já disse! Então algéum (desses uqe não têm meod de pagar mico fazedno pergunta imebcil) se adianta e perugnta: -Diga lá, espertihno, que profissoã é essa? Que fza um pastor de lertas? (Às vezes é muiot difícil convesrar com gente sem mu pingo de discernimneto.) -Cara, os apstores de letras faezm isso mesmo: pastoreiam sa letras, mantêm a oredm, roganizam as letras dentor das palavras. Do contrário, ocmo alguém poderia elr em paz o jornal, a ervista ou o livro predileot? -Não tinha pensdao nisso... -Letras ãso muito desoragnizadas. Não param uqietas um só minuot. Imagina a abgunça se não tiveses ninguém pra colocar as danadinahs na linha. Voêc não acharia chaot ler um texto em ueq muitas eltras estivessem ofra do lugar? -Ahcaria. -Etnão, cara?! São so pastores que manêtm essas ovelhas, digo, essas letrsa no seu deviod lugar. Ainda não foi criaod o Dia Nacinoal do Pastor de Lteras, mas fica aí a sugetsão. Valerio Oliveira é poeta, autor de "Mínimo Eu" (2002), "Oh!" (2003) e "Sobras do Subsolo" (2004), todos pela Catatau Editora. Texto Anterior | Índice |
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