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São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

E que tal um vira-folhas elétrico?

FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

A fantástica história de Alejandro não acabou no momento em que criou o pebolim. O jogo virou um sucesso, principalmente entre os mais pobres. Alejandro registrou o pebolim em 1937, mas, por causa da guerra, as fábricas estavam mais preocupadas com armas do que com brinquedos.
A revolta na Espanha obrigou Alejandro a fugir para a França. Ao chegar lá, foi pego por outra guerra: a Segunda Guerra Mundial. Alejandro viveu muitos anos naquele país, onde trabalhou numa rádio de notícias para a Espanha e América Latina e publicou alguns livros. "Um dia, o ano era 1948, estava caminhando na rua quando vejo um outro invento meu numa loja."
Antes de fugir da Espanha, antes mesmo de ter registrado o seu pebolim, Alejandro tinha inventado uma engenhoca elétrica que ajudava a virar as folhas de um livro ou de uma partitura de música. Foi então que ele descobriu que, assim como tinha acontecido com o pebolim, tinha perdido os direitos sobre o invento porque tinha "sumido" da Espanha. Com a ajuda de uma organização que dava apoio para fugitivos da guerra, Alejandro resolveu brigar por sua invenção, só conseguiu algum dinheiro para começar uma nova vida em outro lugar.
Hoje, com 85 anos, Alejandro Finisterre (o Finisterre ele "roubou" da cidade onde nasceu) vive numa pequenina cidade da Espanha chamada Aranda de Duero. Todas essas histórias estão no livro de memórias que Alejandro terminou há alguns meses. Ele espera que seu livro saia no final do ano. Espera também que alguma editora de um país de língua portuguesa se interesse. Assim os brasileiros teriam a chance de ler as incríveis aventuras do homem que inventou o pebolim.

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