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São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

Futebol com as mãos

O pebolim foi inventado durante a Guerra Civil Espanhola para que as crianças feridas se divertissem

VANESSA DE SÁ
FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

Um dos brinquedos mais jogados no mundo tem um história tão incrível que até parece coisa de filme. Só não é impossível de acreditar porque o autor dessa história (e inventor do brinquedo) ainda está vivo para lembrar e contar novamente cada detalhe dela.
O pebolim nasceu em 1936 dentro de um hospital na Espanha, enquanto o país estava dividido por uma guerra que durou quase 4 anos. Naquele hospital, "morou" por um bom tempo o jovem Alejandro Campos Ramirez, na época com 18 anos. "Eu tinha chegado a Madri (capital da Espanha) para estudar em pleno clima de guerra. Fiquei muito ferido porque uma bomba explodiu na casa onde eu estava e eu fiquei preso entre os restos dela até alguém me encontrar", contou à Folhinha, por telefone, Alejandro, hoje com 85 anos.
O rapaz foi então transferido para a cidade de Valência, onde estavam os melhores hospitais. "Como eu tinha ficado preso muito tempo nas ruínas da casa e tinha problemas respiratórios, me mandaram para um hospital na cidade de Montserrat. Em frente ao hospital, havia um grande hotel que abrigava os fugitivos e os feridos da guerra. Muita gente tinha perdido as pernas, muitas crianças também. Eu mesmo tinha ficado manco por causa da bomba e todos os dias me sentava na janela para ver crianças jogando futebol num terreno entre o hotel e o hospital. As crianças de muletas queriam jogar também."
Alejandro teve uma idéia: "Eu era fanático por futebol e tênis de mesa. Por que então não poderia criar um futebol de mesa?". No Natal daquele ano, as crianças da guerra foram presenteadas com o futbolín (como o pebolim é chamado na Espanha).

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