São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Itamar só deve reaparecer amanhã

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco continuou desaparecido ontem. Desde a noite de quinta-feira ele tem conseguido evitar a imprensa. Em Brasília, sua assessoria informou que ele só deve reaparecer amanhã, no Palácio do Planalto.
A Presidência chegou a reservar três apartamentos no Copacabana Palace, no Rio, onde Itamar costumava passar o Réveillon. Na quinta-feira, foi cancelada a viagem dos assessores que deveriam acompanhá-lo. No Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, funcionários disseram que ele havia passado o Réveillon fora.
"Ele me disse que ia passar no Rio e até me perguntou se eu iria. Eu disse que sim, mas não pude ir", contou ontem o deputado Raul Belém (PP-MG), amigo do presidente, que estava em Minas.
Quinta-feira, numa visita ao comitê de imprensa do Planalto, Itamar disse aos jornalistas que deveria viajar, mas não revelou para onde. Pediu para não ser seguido. Mais tarde, o presidente chegou a convocar assessores e funcionários do apoio do Palácio do Planalto para trabalhar na sexta-feira de manhã. Aparentemente, ficaria em Brasília. Na sexta, o esquema foi desmobilizado e Itamar sumiu. Desde aquele dia, não se soube de seu paradeiro. A única informação dos assessores era que ele passaria o Réveillon com amigos.
Fugir dos jornalistas em seus dias de folga tem sido uma obsessão de Itamar. Há cerca de duas semanas, ele quase brigou com fotógrafos e cinegrafistas quando um grupo de repórteres o seguiu para dentro da fazenda de sua ex-sogra, em Juiz de Fora (MG). Itamar desceu do carro, irritado, disse que aquela era uma propriedade particular e avançou contra os jornalistas.

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