São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994 |
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Parreira atrapalha a seleção, dizem os astros
ALBERTO HELENA JR.
Pois aqui revelo algumas previsões para o ano que se inicia, colhidas na mais pública intimidade da sala de maquiagem, central de informações e fofocas de qualquer TV do mundo. Os astros advertem madame Márcia que o Brasil fará boa figura na Copa, mas não sairá campeão dos EUA. Tudo por culpa do mapa astral de Parreira, coitado. Já se o técnico for Luxemburgo, por exemplo, o título está na caçapa, pois o moço, que brilhou no ano findo, entra em 94 com o pé direito. E Telê? Márcia não tem registros, pois o Sílvio Luís ainda não lhe forneceu os dados essenciais do maior treinador do mundo da atualidade. Ah, Sílvio Luís... Mas, afinal, quem será então campeão, caso Parreira siga em frente? Ainda sem registros. Mas como Marte, vestido de Ogum, abre os caminhos do ano que se inicia, a cor vermelha será extremamente beneficiada. Dos tradicionais favoritos –Brasil, Argentina, Itália e Aleanha– só os germânicos carregam a cor vermelha no seu uniforme. Aliás, isso vale também para os nossos torneios mais domésticos. Olhaí o São Paulo, mais uma vez no páreo. Claro que a Lusa é rubra também, além de verde, na mais bela combinação de cores e designer (viu, Milton Neves? Se não crês em mim, chamo o Matinas). E quem sabe não tenha chegado o tempo de resgate da Portuguesa? Portuguesa? Não sei. Márcia assegura que um clube haverá de mudar de nome, pois viveremos tempos de mudanças tão significativas, que, alvíssaras, meu comandante!, 94 será o ano em que cada um ocupará seu lugar. Bem, que mais as estrelas sussuraram aos ouvidos de dona Márcia? Ah, sim, todos os esportes masculinos no Brasil serão abençoados no ano entrante. E que tenhamos todos um feliz ano novo! * Há 44 anos, ele deixou os campos. Nesta semana, deixou-nos, silenciosamente, injustamente reduzido a uma nota de falecimento. Luís Mesquita de Oliveira merecia mais, muito mais, pois o Luisinho foi um monumento do futebol brasileiro. Um cavalheiro no velho estilo, advogado pelas Arcadas, integrou o legendário esquadrão do Paulistano que, no limiar dos anos 20, que, novamente, fez a Europa curvar-se aos nossos pés, nos versos do palhaço negro Eduardo das Neves. A primeira havia sido diante do feito de Santos Dummont. É bem verdade que, nesta segunda vez, o Paulistano dividiu as honras com os Oito Batutas, de Pixinguinha, Donga e João da Baiana, e com o bailarino Duque, divulgador do maxixe nos salões parisienses. Luisinho, relatam os antigos, era baixinho, driblador, incisivo, nervoso, um líder nato, que comandava desde o mito Friedenreich até Leônidas, um Edmundo elevado a enésima potência. Foi fundador do São Paulo da Fé e integrou o ataque mortífero da lendária Máquina de Costura: Luisinho, Sastre, Leônidas, Remo e Pardal, depois Teixeirinha. Teve uma breve passagem pelo Palestra, entre as duas fundações do mesmo tricolor, 34, creio, e serviu à seleção brasileira em duas Copas, como titular absoluto: 34 e 38. Feliz eternidade, Luisinho. Texto Anterior: Renato é contratado pelo Atlético/MG; Pelé pede apoio ao governo estadual; Colombianos são eleitos os melhores; Melhora o estado de saúde do ex-piloto Próximo Texto: Vencedora da SS não vive só de correr Índice |
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