São Paulo, quarta-feira, 5 de janeiro de 1994
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"New York Times" e "Wall Street" destacam crise política no Brasil

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA; FERNANDA GODOY
DE WASHINGTON E NOVA YORK

'New York Times' e 'Wall Street' destacam crise política no Brasil
"The Wall Street Journal" e "The New York Times", os dois mais influentes jornais dos Estados Unidos, destacaram ontem a crise política no Brasil.
O "The Wall Street Journal", diário de maior circulação dos EUA e porta-voz oficioso da comunidade empresarial, publicou reportagem de primeira página, na qual sugere que a origem das dificuldades dos brasileiros está no fato de que estes, "em vez de enfrentarem os problemas de frente, encontram maneiras de evitá-los, justificá-los e até de se beneficiar deles".
Segundo o correspondente Thomas Kamm, falta ética ao Brasil. "Os brasileiros têm sido complacentes com a inflação, c corrupção sistemática e a violência assustadora." Ele afirma que algumas camadas da população se beneficiam da inflação. Como contraponto, a reportagem mostra a dura vida nas favelas do país.
O primeiro exemplo do "problema moral brasileiro" é o caso de Ronaldo Cunha Lima, governador da Paraíba, que em novembro atirou contra seu antecessor e continua no cargo. Kamm diz que "a estranha história ajuda a responder à vexatória questão: por que o Brasil, gigante da América Latina, se atola na crise enquanto o resto do continente decola?"
Em reportagem com chamada na primeira página, "The New York Times" afirma que o "novo" escândalo de corrupção abala a fé dos brasileiros na democracia. O texto, assinado pelo correspondente no Rio, James Brooke, refere-se à insatisfação dos militares e às pesquisas de opinião nas quais o Congresso é visto como algo dispensável por cerca de metade dos brasileiros. (Carlos Eduardo Lins da Silva e Fernanda Godoy)

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