São Paulo, quarta-feira, 5 de janeiro de 1994
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Comissão pede detalhes sobre plano ao ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, será cobrado hoje a dar mais detalhes sobre o seu plano de estabilização econômica. FHC e toda sua equipe se reúnem com a comissão especial da Câmara que analisa as medidas. A convocação foi decidida ontem, na primeira reunião da comissão.
Os deputados querem conhecer a evolução das despesas e das receitas da União nos últimos dez anos e vão discutir com FHC algumas alternativas já debatidas na comissão. Ficou decidido que o relatório final da comissão será votado até dia 21.
No início da noite, o assessor especial, Edmar Bacha, se reuniu com os deputados do PSDB que fazem parte da comissão. Eles pediram a Bacha que leve para a reunião as informações referentes a despesas e receitas.
Ontem, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) foi o único a apresentar sugestões complementares ao plano econômico. Ele sugeriu que o governo venda imediatamente a sua participação minoritária em cerca de 900 empresas privadas do país, o que resultaria numa receita adicional de US$ 10 bilhões. Miro também sugeriu o fim do parcelamento do débito da Cofins e que os bancos repassem imediatamente os impostos recebidos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), disse ontem ser necessária a aprovação imediata das medidas de estabilização econômica. Inocêncio teme que o aumento da inflação possa comprometer as medidas.
Ontem, o presidente da Câmara também defendeu que o Orçamento Geral da União seja aprovado pelo Congresso sem nenhuma modificação.
Para Inocêncio, a proposta deve ser aprovada assim que seja resolvida a polêmica em torno da sua constitucionalidade. Alguns partidos consideram que a proposta é inconstitucional pois prevê como uma das fontes de recurso o Fundo Social de Emergência, cuja criação ainda não foi aprovada.

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