São Paulo, quarta-feira, 5 de janeiro de 1994
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Maluf admite ajuda dos empresários

Segundo ele, todos receberam

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), admitiu ontem que recebeu ajuda financeira de empresários para suas campanhas eleitorais. Ele afirmou que todos os candidatos à Presidência da República em 89 e ao governo do Estado de São Paulo em 90 também receberam. "Se o Lula ou qualquer outro deles disser que não recebeu, é velhaco e mentiroso".
Maluf vai decidir sobre sua candidatura ou não à Presidência apenas em março. Antes, quer encomendar uma pesquisa de opinião pública entre o eleitorado paulistano para saber se deve abrir mão do restante do atual mandato.
Presidente de honra do PPR, Maluf esteve ontem em Brasília para presenciar a filiação do ex-senador João Castelo –adversário político do ex-presidente José Sarney no Maranhão, que estava sem partido. Castelo levou para o PPR outros cinco políticos do Estado.
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Folha - O sr. acha que o ministro Fernando Henrique Cardoso tem condições de aprovar o plano econômico e ser um candidato forte?
Maluf - Acho que ele tem as condições de ser candidato, mas não basta aprovar o plano. Se você não gerenciar a aplicação do plano, ele pura e simplesmente não existe.
Folha - O sr. recebeu recursos de empreiteiras?
Maluf - Se o Lula dissesse que não recebeu recursos, seria velhaco e mentiroso. E se algum dos candidatos da campanha presidencial de 89 ou ao governo estadual, em 90, dissesse que não recebeu recursos, eu ia dizer que era velhaco e mentiroso.
Folha - O sr. acha então que a mudança na legislação torna a campanha menos hipócrita?
Maluf - Eu diria que a legislação mudou exatamente porque a campanha era hipócrita.
Folha - Como o sr. está vendo hoje o governo Itamar?
Maluf - O presidente é um homem honesto, um homem de bem, mas não tem vocação para o poder. E, segundo Sócrates, o poder detesta quem não o exerce.

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