São Paulo, quarta-feira, 5 de janeiro de 1994
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Bancário é mordido por cachorro e contrai raiva em Araçatuba

DA REPORTAGEM LOCAL

O bancário Toshio Tomito, 34, de Araçatuba (532 km a noroeste de SP), está internado desde o último sábado no Hospital Emílio Ribas de São Paulo com suspeita de raiva. O último caso da doença no Estado foi registrado em 92 em Araras (170 km a noroeste de SP). Depois que se manifesta, a raiva é fatal.
Segundo o médico Ciro Rossetti, do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria da Saúde, exames confirmatórios só serão conhecidos hoje, mas o diagnóstico clínico é de raiva. O médico infectologista Stélio Fikaris, 33, disse ontem que Tomito apresenta dificuldades de engolir, dor-de-cabeça e alteração no comportamento.
Tomito foi mordido por um cão da família há cerca de 40 dias, mas só há uma semana procurou os serviços médicos, já com sintomas. Uma filha de Tomito e uma empregada da casa também foram mordidas pelo cão, que desapareceu dias depois.
Araçatuba é uma das quatro regiões do Estado de São Paulo onde os casos de raiva canina vêm aumentando muito. Segundo o CVE, 16 cães doentes foram diagnosticados na cidade só no ano passado. Em Andradina (680 km a noroeste de SP) foram registrados 50 casos. Na vizinha Mirandópolis foram 8 casos. E em Leme (190 km a noroeste de SP) foram 10.
"É fundamental que as pessoas mordidas por cães e gatos procurem imediatamente um posto de saúde para tomar soro e vacina anti-rábica", afirmou Fikaris.
"É uma situação preocupante, porque o número de casos de raiva humana tende a aumentar", diz Giselda Katz, diretora da Divisão de Zoonoses do CVE. Segundo a médica, existe o ciclo da raiva silvestre –geralmente passada do morcego para os herbívoros– e o da raiva urbana, em geral entre cães.
É este último ciclo que preocupa. Um cão doente pode infectar rapidamente vários outros, que passarão o vírus ao morder as pessoas. Nas cidades mais atingidas, os serviços de Saúde vêm organizando "arrastões da raiva". Assim que localizam um cão infectado, todos os cachorros e gatos daquele bairro são vacinados.
Colaborou a Folha Norte.

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