São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Fipe atualiza IPC e inclui novos itens

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A Fipe está mudando seu índice de inflação. A partir deste mês, a entidade passa a divulgar o Indice de Preços ao Consumidor com base na nova POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), pesquisada de março de 1990 a fevereiro de 1992.
Todo índice de inflação se baseia em uma POF, que é uma pesquisa que indica como as famílias gastam sua renda. A POF determina a participação de cada setor (alimentação, habitação etc.) no índice geral. Em geral, a POF é alterada a cada dez anos, devido às mudanças nos hábitos de consumo da população e à chegada de novos produtos ao mercado. Esta é a quarta atualização que a Fipe faz em seu índice desde quando foi criado, em 1939.
A atualização desta vez é mais abrangente que as anteriores, uma vez que muda a faixa de renda das famílias pesquisadas e inclui novos itens, como os bens duráveis.
A faixa de renda, que era de dois a seis salários mínimos, passa para de dois a 20. A quantidade de subitens pesquisados sobe para 345 e o número de tipos de locais incluídos nos roteiros dos pesquisadores da Fipe sobe para 92, incluindo correios e depósitos de material de construção.
Uma das novidades do novo índice da Fipe é a inclusão de bens de consumo duráveis e utilidades domésticas, o que deve acrescer em 200 o número de novos produtos no IPC.
A comparação entre a nova estrutura de peso e a atual deve ser feita com cuidado, recomenda Juarez Rizzieri, coordenador do IPC. A POF nova discrimina isoladamente o peso dos bens duráveis, o que não ocorria na anterior, quando estes produtos estavam espalhados na ponderação dos demais grupos de produtos.
A nova POF determina, por exemplo, que de cada CR$ 100,00 gastos atualmente, CR$ 30,81 são com alimentação. Na anterior, os gastos com alimentos chegavam a CR$ 37,67. Apesar da queda, Rizzieri diz que a diferença entre as duas POFs é pequena porque parte do peso dos duráveis está incluído em alimentação na POF antiga.
A nova ponderação do custo de vida traz algumas novidades, como uma inversão dos custos dos serviços médicos com os de remédios. Na que está em vigor, os gastos com remédios pesavam mais no bolso dos consumidores paulistanos do que as consultas médicas. Na nova, a situação se inverte.
Os gastos com habitação são maiores que há dez anos, pressionados, em parte, pelos custos dos serviços públicos. (Mauro Zafalon)

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