São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Chico inicia temporada de "Paratodos"

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Show: Paratodos
Músicos: Chico Buarque (voz e violão), Luiz Cláudio Ramos (violão e guitarra), João Rebouças (piano e teclados), Jorge Helder (baixo), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão) e Marcelo Bernardes (sax, flauta e clarineta)
Direção: Luiz Cláudio Ramos
Iluminação: Ney Matogrosso
Cenários: Gringo Cardia
Onde: Canecão (av. Wenceslau Brás, 215, tel. 021/295-3044, Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro)
Quando: hoje e todas as quintas, às 21h30; sextas e sábados, as 22h; domingo, às 20h30
Quanto: CR$ 3.000 (arquibancada), CR$ 4.500 (mesa lateral) e CR$ 6 mil (mesa central)

O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, 49, estréia hoje o show "Paratodos" no Canecão às 21h30. Será uma temporada de cinco semanas no Rio de Janeiro, de quintas a domingos. A produção calculava ontem que os ingressos para a primeira semana se esgotariam hoje. Só anteontem, o Canecão vendeu 500 ingressos para domingo.
Dia 10 de março é a data marcada para o músico se apresentar no Palace em São Paulo. Mas Chico já deu uma "canja" aos paulistanos em 16 de dezembro último, quando mostrou o piloto do espetáculo para 2.500 convidados do Olympia. Aquela foi, de fato, a primeira aparição no Brasil em seis anos de um show de temporada de Chico.
Na ocasião, ele disse que se tratava de um espetáculo sujeito a alterações. Ocorreram duas desde então: a substituição da música "Estação Derradeira" por "Brejo da Cruz" no penúltimo bloco e a inclusão de "Vida", logo depois de "Paratodos". Apresenta a partir de hoje praticamente o show do Olympia, com 25 músicas e sete blocos temáticos. Estreiam, sim, os cenários de Gringo Cardia e a iluminação do cantor Ney Matogrosso.
Chico determinou que fossem retiradas 16 mesas, com capacidade de 10 pessoas cada, para dar espaço à arquibancada. Pretende com isso que mais pessoas compareçam ao espetáculo. A capacidade do Canecão passou de 1.900 para 2.008 pessoas. Entre os convidados que confirmaram presença hoje estão o escritor Rubem Fonseca, o teólogo Leonardo Boff, a cantora Gal Costa e a família Caymmi.
Os últimos retoques aconteceram no ensaio da noite de anteontem. Chico passou duas vezes as músicas e até falou ao final (leia texto abaixo). Cronometrou o espetáculo e constatou que estava muito curto: 1 hora e 25 minutos. Por isso, decidiu incluir "Vida".
O show não tem direção cênica e corre ao sabor dos temas. "É um recital descontraído", diz Chico. Para o diretor musical, o violonista e arranjador Luiz Cláudio Ramos, 44, a descontração vai demorar a acontecer. "Estamos todos nervosos", diz. "E nem adianta pensar que esse show está sendo estruturado desde maio do ano passado, quando excursionamos pelo Nordeste e Europa. Apesar de estar bastante amadurecido, as músicas novas ainda desafiam a gente".
Ramos acompanha Chico desde 1973. Nesse ano, arranjou as músicas da peça "Calabar". Preparou arranjos simples em "Paratodos", com pequenas mudanças harmônicas em relação às canções originais. Acha que o compositor não possui apenas talento poético: "Ele é muito ligado em música e tem se aperfeiçoado. A intuição dele é espantosa. Sua música vai por caminhos inesperados. É o compositor mais intuitivo que conheço. Em Chico, existe uma discrepância entre intuição e técnica".

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