São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Grande Otelo guiou Welles

MARCO CHIARETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O número mais recente da revista francesa "Cahiers du Cinéma", de janeiro, tem vários artigos dedicados a "Tudo É Verdade". Um deles é assinado por Bill Krohn, o correspondente da revista em Los Angeles que ajudou a remontar o filme e encontrou 309 bobinas perdidas em 1985. Seu artigo chama-se "História de um Filme Fantasma": sua tese é a de que o "fracasso" de "Tudo É Verdade" definiu o futuro da obra de Welles. Mas o número da revista dedica também um artigo a Grande Otelo, que morreu no aeroporto de Paris em 26 de novembro de 93, quando foi receber um prêmio pelo conjunto de sua obra.
"Grande Otelo, o Rei do Carnaval", assinado por Catherine Benamou, que foi uma das produtoras que participaram da reconstituição de "Tudo É Verdade", fala da influência determinante do ator brasileiro no episódio "Carnaval" do filme. Welles passaria o resto de sua vida elogiando o ator brasileiro. O artigo lembra que o samba "Praça Onze", de Grande Otelo e Herivelto Martins, era um dos sambas mais cantados no carnaval de 1942, que Welles filmou. Para Benamou, Welles usou a canção para "dar profundidade histórica e cultural a seu retrato do samba brasileiro".
O filme termina com Welles recebendo uma aula de samba e de seus instrumentos, citando a cuíca, o surdo, o reco-reco, o pandeiro. Grande Otelo foi um de seus guias. (MC)

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