São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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FHC decide reajustar menos as tarifas

LILIANA LAVORATTI
SUSI AISSA

SUSI AISSA; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai dar reajustes menores às tarifas públicas nos próximos três meses para sinalizar ao setor privado uma tendência de queda para a URV (Unidade Real de Valor) –o novo indexador econômico que deve ser criado em fevereiro. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, pediu a contribuição das estatais para tentar reverter o quadro de inflação crescente. As expectativas em torno da adoção da URV provocaram uma onda de remarcações nas últimas semanas.
Em reunião realizada com a Telebrás e Eletrobrás, FHC determinou que as estatais cortem a gordura em seus preços obtida com o programa de recuperação tarifária realizado ano passado. Com exceção da ficha telefônica, carta social e assinatura básica residencial, todos os serviços públicos subiram bem acima da inflação em 1993, especialmente a energia elétrica e contas telefônicas. No caso dos combustíveis, a Fazenda também conta com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional.
"O ministro quer que os reajustes não ultrapassem a inflação", afirmou o presidente da Eletrobrás, Luis Alqueres. As geradoras e concessionárias vão se reunir com o Ministério da Fazenda antes de homologar os reajustes mensais das contas de luz, que seguem regras estabelecidas pela lei 8631/93. De maio a outubro passado, essas tarifas subiram 8% acima da inflação para recuperar defasagens passadas. "Mesmo assim a tarifa média de 1993 ficou abaixo da média alcançada em 1992", afirmou Alqueres.
O presidente da Telebrás, Adyr Silva, disse que a empresa terá de reduzir seus investimentos. Segundo ele, apesar dos reajustes terem ficado 37% acima da inflação durante o ano passado, as tarifas telefônicas continuam 10% abaixo da média praticada em 1992. Silva voltará a se reunir com FHC dentro de duas semanas, quando deverá apresentar uma proposta de maior "racionalidade tarifária".
Os dirigentes da Eletrobrás e Telebrás garantem que cumprem rigorosamente as determinações do governo de não reajustar os salários além dos limites estabelecidos e de cortar custos.

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