São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Jabes Rabelo vai ao Congresso se vingar

FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cassado há dois anos por falta de decoro parlamentar e inabilitado para ocupar cargos públicos até 1998, o ex-deputado Jabes Rabelo voltou ontem ao Congresso para visitar seus ex-colegas. "Vim assistir de camarote e ver a cara dos que me cassaram e agora estão aí para ser cassados", disse Rabelo, sem esconder o sorriso de satisfação.
Ele afirmou ter uma grande satisfação em ver os deputados Ricardo Fiuza (PFL-PE), Genebaldo Correia (PMDB-BA) e Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) envolvidos nas denúncias de irregularidades na Comissão de Orçamento. "Eles pressionaram, fizeram tudo para me cassar", disse.
Apesar de reiterar diversas vezes que está "satisfeito", Rabelo não concorda que está vendo o escândalo do Orçamento como uma vingança pessoal. "Eles não estão passando 10% do que passei. Só acho que têm que respeitar o ser humano, coisa que não fizeram comigo", afirmou.
O ex-deputado foi impedido de entrar na sala da CPI do Orçamento onde estão sendo interrogados os parlamentares. A segurança o informou que somente parlamentares, funcionários e jornalistas têm acesso ao local.
Enquanto Rabelo falava com a imprensa no corredor, o deputado Moroni Torgan (PSDB-CE), entrou na comissão e Rabelo não deixou por menos: "Vim aqui ver quem vai ser cassado, Moroni". "Eu casso todo mundo", respondeu o tucano.
Rabelo afirmou que vai se candidatar a deputado federal em 1998, quando termina o período de inabilitação. Ontem, ele se dizia aliviado por não fazer parte do Congresso. "A opinião pública está chamando todos os parlamentares de ladrão. Eu nunca roubei, nunca matei. Se estivesse aqui, seria chamado de ladrão como os outros", declarou.

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