São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Crise faz CPI rediscutir o critério para depoimentos

RAQUEL ULHÔA; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI do Orçamento define na próxima terça-feira um novo critério para os depoimentos. Esse foi o resultado de uma nova crise gerada por suspeitas de que a CPI estava protegendo alguns acusados. O objetivo é garantir que todos sejam ouvidos no plenário e não mais em grupos.
A proposta só será votada pela comissão depois de garantida a prorrogação do prazo para o final dos trabalhos. Sem informações das subcomissões, a CPI está se tornando um palco para choro, aplausos e palanque de campanha política. Ontem foi mais um dia de troca de acusações na comissão.
O calendário de convocações começou a ser alterado ontem em consequência das discussões. Nos últimos dias, o despreparo de integrantes da CPI para questionar os depoentes levantou dúvidas de que parlamentares acusados seriam inocentados.
O depoimento do deputado Osmânio Pereira (PSDB-MG) foi transferido de hoje para o dia 13. A falta de dados para perguntas levou ainda ao cancelamento na última hora do depoimento do senador Saldanha Derzi (PRN-MS), que ficou marcado para hoje.
O relator da CPI, deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), culpa parlamentares, que por sua vez acusam a Mesa, cujo presidente, senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), joga a responsabilidade para as subcomissões.
A crise gerou troca de acusações da CPI. O deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) acusou a direção da CPI de proteger parlamentares suspeitos, ao designar para depor no plenário da comissão políticos contra quem a CPI tem poucos indícios, escalando para depor em subcomissões parlamentares contra quem existem mais provas.
O relator, deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), reclama que foram Mercadante e o senador Paulo Bisol (PSB-RS) quem exigiram que a comissão tomasse o depoimento de todos os políticos denunciados pelo economista José Carlos Alves dos Santos. Esta decisão apertou a agenda da CPI.
Uma sessão de lavagem de roupa suja atrasou o depoimento ontem do senador Dario Pereira (PFL-BA). "É inadmissível que depois de 80 dias de trabalho se diga que a CPI está fazendo uma farsa", disse Passarinho.

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