São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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TCU investiga liberado no Meridional

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Tribunal de Contas da União (TCU) acolheu denúncia contra o Banco Meridional do Brasil, que teria cometido favorecimento em uma operação de crédito à Sociedade Agropastoril Canelões, de Santa Vitória do Palmar (RS). O processo (número 625319/93-1) está submetido ao ministro Ademar Ghisi, do TCU.
O secretário de controle externo do TCU no Rio Grande do Sul, Alfredo de Melo Gomes da Rocha, recebeu um dossiê anônimo sobre a operação. "O material tem feição de um bom processo", disse ele, que deve solicitar diligências nos próximos dias.
Conforme a denúncia, depois de indeferido pelo Comitê Técnico de Negócios do banco, em dezembro de 90, por inviabilidade financeira, o pedido de financiamento foi aprovado, em junho de 91, em reunião com a participação do diretor-adjunto Edy de Matteo Muniz, sócio, em outra empresa, do proprietário da Canelões, Antônio Eduardo Ludwig.
O diretor de crédito do Meridional, Francisco Barbosa Queiróz, disse que a operação, com recursos do BNDES, foi aprovada, depois de indeferida, porque o proprietário da Canelões reformulou seu projeto e apresentou mais garantias. De acordo com a denúncia, a operação equivaleria a US$ 2 milhões "impagáveis".
Ludwig contestou esse valor, disse não ter recebido ainda todo o crédito e negou ter contraído outros empréstimos junto ao banco. Queiróz disse que Muniz é de fato sócio do beneficiário do empréstimo em outra empresa, mas "por razão ética, ele (Muniz) se absteve de votar".
Ludwig disse ontem ter sido a mulher de Muniz, e não o diretor-adjunto do banco, sua sócia em uma empresa já extinta. O Meridional está na lista das empresas a serem privatizadas este ano.

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