São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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three walls down sai do underground em Santos

HÉLIO GOMES
DA REDAÇÃO

A primeira atração internacional do M2.000 Summer Concerts a chegar ao Brasil foi a banda norte-americana three walls down. Seus cinco integrantes desembarcaram no aeroporto de Guarulhos às 5h30 de anteontem. Ontem, esperava-se a chegada da dupla Chakka Demus & Pliers e da banda Inner Circle.
Os shows do three walls down no Brasil –com duração de 30 minutos– são os primeiros que a banda faz fora do circuito alternativo americano. O grupo foi assediado pela imprensa assim que chegou, fato raro para quem tem um único disco lançado, "Building Our House", e nenhum sucesso. A escalação da banda para o festival causou surpresa. A única referência era a participação de Mitch Mills –irmão de Mike, baixista do R.E.M. e produtor de "Building Our House"– nos teclados, guitarra e vocais.
Já instalado no hotel Transamérica, em São Paulo, Mitch falou à Folha sobre suas primeiras impressões sobre o Brasil –"não sabia que essa cidade era tão grande"– e suas expectativas em relação aos shows que o three walls down faz este fim-de-semana em Santos e no Rio.
"O convite chegou através de nosso empresário. Topamos na hora, já que ouvimos falar muito do Brasil.", conta Mills. As proporções do festival parecem não assustar o músico. "Tenho certeza que quem assistir o nosso show vai se surpreender e acabará gostando", afirma.
Aparentemente, o three walls down é um corpo estranho na primeira etapa do M2.000, que tem sua programação calcada no reggae –as principais atrações são Shabba Ranks e a banda Inner Circle. Esse não é um motivo de preocupação para Mills. "Tocamos ao lado de várias bandas de reggae em uma turnê, e tudo correu bem. Quem gosta de reggae tem a cabeça aberta", diz, confiante em sua banda.
Para Mills, ser irmão do baixista do R.E.M. não é um problema. Porém, a influência do grupo de Athens no som de sua banda é nítida. "A maior ajuda que o nome de Mike trouxe para nós foi ter chamado a atenção das pessoas mais rápido que o normal. Além disso, Mike foi ótimo no estúdio, um verdadeiro sábio", diz.
Mills diz que as comparações entre o three walls down e o R.E.M. não o incomodam. "Somos de uma geração que foi influenciada pelo R.E.M., eles estavam estourando quando começamos. Fomos tão influenciados por eles quanto qualquer banda alternativa", explica. Mills diz confiar na personalidade de sua banda. "Todo mundo soa parecido com alguém. Um dia alguém vai acabar dizendo que uma banda qualquer parece com o three walls down", afirma.

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