São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994 |
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Deee-Lite prepara novo disco de olho nas pistas
GUTO BARRA
No comando do trio está o super DJ Dimitri, com sua Sampladelic Productions. Distribuindo fitas de seu trabalho como DJ, Dimitri já testa as novas músicas em sessões particulares para amigos, dividindo seu tempo entre produção, o trabalho de DJ em casas noturnas, e viagens. No seu "loft" psicodélico no bairro do Village em Nova York, Dimitri falou com exclusividade para a Folha. * Folha - Como é o novo trabalho do Deee-Lite? Super DJ Dimitri - Bem, ele está muito mais direcionado para as pistas de dança. Estamos tentando deixar o lado que agrada as rádios, e nos tornando mais underground. Folha - E como você acha que está essa cena dance de agora? Dimitri - Acho que estamos entrando numa coisa mais interessante agora, mais voltada para o underground. Acho que as raves estão se integrando mais com outros tipos de música, como o hip-hop e a house. Esse trabalho que estamos fazendo agora, é meio dedicado a essa mistura. Folha - Como você chamaria o que o Deee-Lite faz agora? Dimitri - Bem, nós sempre chamamos nossa música de "deep holographic groove", e continua sendo assim. Só que agora estamos mais influenciados por uma coisa que eu chamo "progressive house" (mais atmosférico). Folha - E a produção? Dimitri - Bem, já está quase no fim. O disco tem 16 faixas, e demorou quase um ano para ser feito. Eu e Lady Miss Kier trabalhamos juntos, e fizemos tudo aqui em casa, produzindo e gravando as vozes. Usamos computadores e samplers, para dar uma cara mais humana para a música. Folha - Como sua gravadora vê essa volta ao underground? Dimitri - A relação de uma banda de dance music com uma grande gravadora é sempre um jogo. Eles nunca fizeram muito pela dance porque eles sempre confiaram mais no suceso do pop. Eles são como bancos, sabem o que estão fazendo e sempre conseguem dar um jeito de recuperar o dinheiro que investiram. Mas com a gente, como aconteceu um estouro inesperado, então eles nos tratam bem. Folha - O que vai acontecer com a dance em Nova York? Dimitri - Nova York tem uma cena dance maravilhosa, nós temos a sorte de ter clubes bons sempre se destacando e bons produtores, como o Masters at Work, apesar de procedimentos nada bons por parte de alguns donos de casas noturnas, que monopolizam a noite. Folha - E qual é a fase agora? Dimitri - Acho que a cena acontece em ciclos, uma hora está ótimo, outra hora fica mais calmo, mas as pessoas estão sempre aí. A última grande fase foi em 90. Agora, depois de uma fase sombria em que o tecno reinou, teremos uma ótima fase. Texto Anterior: TÁ, MEU BEM? Próximo Texto: É o melhor trabalho do grupo Índice |
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