São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Fome ameaça milhares na Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Milhares de pessoas passam fome e estão à beira da morte na região central da Bósnia-Herzegóvina. A denúncia foi feita ontem pela ONU. Menos de um quinto dos alimentos está sendo entregue. Ontem, a capital, Sarajevo, sofreu os piores bombardeios dos últimos meses.
Croatas, sérvios e muçulmanos se comprometeram em dezembro a garantir a chegada da ajuda humanitária às cidades sitiadas. Apesar disso, a ONU entregou apenas 17% dos mantimentos em dezembro. Além disso, há quatro semanas falta combustível para alcançar áreas distantes. O órgão é responsável pela alimentação de 80% da Bósnia central.
A região que mais sofre com a falta de comida é a de Kakanj, 40 km a noroeste de Sarajevo. "Nesta área, os moradores de cidades como Hausovici e Ricica estão morrendo de fome", disse um porta-voz militar da ONU.
Segundo Larry Hollingworth, um diretor do Alto Comissariado da ONU Para Refugiados, o prefeito de Kakanj priorizava o recebimento de comida para soldados e suas famílias. Os idosos eram os últimos da lista. O prefeito disse seguir ordens do governo central da Bósnia (muçulmano).
Ontem, sérvios e muçulmanos voltaram a travar combates em Sarajevo, na disputa pelo controle do antigo cemitério judaico da cidade. Cinco pessoas morreram e 48 ficaram feridas. Em Vitez, soldados britânicos da ONU encontraram 27 corpos de croatas, mortos por muçulmanos no mês passado. Não se sabe se se trata de crime de guerra. Apesar do cessar-fogo de 23 de dezembro, pelo menos 180 pessoas morreram e 878 ficaram feridas desde então.

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