São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Mais dois quarentões tentam voltar ao topo

Spinks e Coetzee voltam ao ringue

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Os aficionados em boxe que pensaram ver o fim dos quarentões entre os pesos-pesados se enganaram. Depois de George Foreman e Larry Holmes, que conseguiram até disputar o título mundial, mais dois ex-campeões mundiais aproveitam a crise da categoria e voltam aos ringues: Leon Spinks e Gerrie Coetzee.
O sul-africano Coetzee, 38, conquistou o cinturão da Associação Mundial em setembro de 83, nocauteando o norte-americano Michael Dokes no 10.º round. O marco foi pessoal e histórico. Depois de Rocky Marciano, Coetzee era o primeiro lutador branco a conquistar o título. "Para ser o máximo só faltava ser norte-americano", brincou o lutador na época.
Mas o reinado terminou na primeira defesa, frente a Greg Page. Com o nocaute no 8.º assalto, em dezembro de 84, o descrédito por parte dos empresários norte-americanos foi total. Após cinco anos sem calçar luvas, Coetzee voltou aos ringues tentando repetir a façanha de Foreman e Holmes. "Com a saída de Tyson, a categoria ficou nivelada. Não sou pior nem melhor que ninguém", disse o pugilista, que conseguiu três vitórias em três combates. "Sei que os adversários não eram fortes, mas me serviram de escada."
Já Leon Spinks, 40, ganhou notoriedade ao vencer Muhammad Ali em 78 e conquistar o cinturão com apenas sete lutas como profissional. Com a mesma rapidez uitlizada para chegar ao topo, Spinks alcançou o esquecimento. Após a revanche com Ali, sete meses mais tarde, Spinks se envolveria com drogas e, para continuar em evidência, participou até mesmo de alguns combates de luta-livre. "Tudo de ruim aconteceu para Leon. Acredito em sua força interior", afirmou o irmão Michael, também ex-campeão mundial. Apesar da insistência, Spinks não está conseguindo êxito. Em uma de suas últimas apresentações perdeu para o desconhecido K.P. Porter, por pontos.
Mas parece que Coetzee e Spinks não escolheram o momento correto para voltarem ao boxe. Para o empresário Bob Arum, um dos mais influentes nos EUA, não existe mais espaço para os quarentões voltarem. "O público não quer mais ver senhores de mais de 40 anos serem espancados", disse. (WBJr)

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