São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994![]() |
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Polícia intervém em show do M2.000 no Rio
ALEX ANTUNES
O atraso de duas horas fez com que o Cidade Negra entrasse, iniciando a noite carioca, sob um clima tenso. Com habilidade e simpatia, fizeram as galeras briguentas pararem a bagunça. A entrada de Chico Science & Nação Zumbi, com seu maracatu elétrico e poderoso, fechou as cicatrizes que as correrias tinham aberto em frente ao palco. Os americanos do three walls down, com seu rock alternativo abertamente influenciado pelo R.E.M., e o argentino Fito Paez, com seu pop sacudido, mantiveram a animação. Como em Santos, o rapper Gabriel, o Pensador, veio então para roubar o show. Com evidente domínio sobre as galeras, Gabriel não se furtou nem a tentar "regular" a violência do público: pedia calma nas correrias mais perigosas, mas incentivava, com sorrisos e brincadeiras, a manutenção de um certo "arrepio". A paranóia que se instalava nos bastidores, porém, deflagrou a interrupção do show e a intervenção violenta da polícia. Felizmente a organização não insistiu na tentativa de apreender o microfone de Gabriel ou irromperia um conflito aberto. O show morno de Chaka Demus & Pliers, o avançado da hora e finalmente a chuva gelada, por volta da 1h30, foram afastando o público das boas apresentações de reggae que fecharam a noite: o sexista Shabba Ranks e os "políticos" do Inner Circle. O jornalista Alex Antunes viajou a convite da produção do M.2000 Texto Anterior: Uma chatice sem limites Próximo Texto: Spike Lee convida Olodum para fazer trilha Índice |
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