São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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PM vai apurar agressão a presos em SP

ANTONIO FLÁVIO ARANTES
DA FT

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Odyr Porto, solicitou ontem ao comandante da Polícia Militar, coronel João Sidney de Almeida, a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar acusações de violência cometida pela polícia contra os presos do presídio do Hipódromo.
A informação é da assessoria de imprensa do secretário.
A denúncia de espancamento de presos por policiais da Tropa de Choque foi feita pelo próprio secretário-adjunto da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto.
A Tropa de Choque foi solicitada para ajudar a remover os presos da prisão e reconduzi-los às celas após rebelião que começou no domingo e terminou na madrugada de segunda-feira.
"Houve excesso mesmo, eu não vou esconder", disse Ferreira Pinto após os policiais deixarem o presídio. Ele estimou em 20 os presos espancados. No total, a rebelião deixou 53 feridos e um morto.
Ontem, segundo Ferreira Pinto, apenas oito presos continuavam internados no hospital penitenciário.
O secretário-adjunto afirmou que esses presos contaram que os detentos que não aderiram à rebelião foram espancados pelos líderes.
Narraram ainda como o preso Celso Pinto Costa morreu. Segundo a versão ouvida por Ferreira Pinto, um grupo invadiu a cela onde Costa estava. Ele foi espancado com barras de ferro até ficar desacordado. Jogaram então colchões em cima do seu corpo e atearam fogo. (Antonio Flávio Arantes)

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