São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Riotur nega pedido de mudanças no desfile

JOÃO BATISTA DE ABREU
DA SUCURSAL DO RIO

A recusa da Riotur em aprovar as mudanças no desfile propostas pela Liga Independente das Escolas de Samba, entre elas o aumento em 60 metros da extensão da passarela para atender as arquibancadas populares, abalou o relacionamento entre as duas entidades.
O presidente da Liga, deputado federal Paulo de Almeida (PSD-RJ), acusou o gerente de Carnaval da Riotur, José Luiz Azevedo, de não cumprir a palavra e disse que, a partir de agora, só vai se comunicar com a empresa por escrito. O presidente da Riotur, José Eduardo Guinle, chamou Almeida de inexperiente. "Se ele tivesse adotado esta prática desde o começo, não haveria polêmica".
As discussões sobre as mudanças no desfile começaram em setembro, pouco depois de Paulo de Almeida ter assumido a Liga Independente, com a prisão do bicheiro Ailton Guimarães. A Liga queria que as escolas começassem a evoluir no local onde fica hoje a concentração, a fim de que o público do Setor 1 –que recebe os ingressos gratuitamente das escolas de samba– assistisse ao desfile. Paulo de Almeida também pretendia que fosse instalado um tablado na praça da Apoteose, no final da passarela, para que as escolas apresentassem um show de 10 minutos após o tempo de cronometragem.
Depois de consultar o quadro técnico, a Riotur enviou ofício à Liga Independente no dia 5 de novembro, informando que as alterações só poderiam ser adotadas a partir do Carnaval de 95. A única solicitação atendida foi a instalação de 20 caixas de som na área reservada à concentração.
"O Setor 1 é ocupado pelo povão, que frequenta as escolas de samba. Eles é que têm calor humano" disse o presidente da Liga.
Segundo José Eduardo Guinle "o Setor 1 é, de certa forma, privilegiado, porque é o único em que a bateria fica parada à sua frente durante meia hora. Pretendemos até passar a cobrar entrada também para este setor a partir do próximo ano, porque não sabemos com que critério estes ingressos estão sendo distribuídos pelas escolas de samba", disse Guinle. (João Batista de Abreu)

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