São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994 |
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Entidade ligada à TFP encaminha ao Congresso proposta de censura
ARMANDO ANTENORE
O Congresso irá se pronunciar sobre a emenda durante a revisão constitucional –que termina dia 15 de março, salvo empecilhos de última hora. A votação terá dois turnos. Em cada um, a proposta precisa no mínimo de 293 votos (ou seja, a maioria absoluta dos 584 parlamentares tem que aprová-la). Caso contrário, a emenda não sairá do papel. "O Amanhã de Nossos Filhos" quer corrigir os artigos 220 e 221 da Constituição, que determinam o fim da Censura no país. Para a organização, o artigo 220 –hoje com seis parágrafos– necessita de mais um: "É vedado o incitamento, direto ou indireto, através dos meios de comunicação social, da imoralidade e da violência sob suas diferentes formas". Já o artigo 221 –ainda conforme "O Amanhã"– precisa dizer, com todas as letras, que é obrigação das emissoras de rádio e TV "preservar a inocência e a moralidade das crianças e adolescentes". A organização classifica de "imoral ou violento" tudo o que contraria os dez mandamentos bíblicos. Mais: considera que, atualmente, a televisão é a maior responsável pelo grande número de corruptos e criminosos que infestam a sociedade brasileira. "Quando havia moral na TV, não precisávamos de tantas CPIs", diz Paulo Henrique Chaves, 49, diretor-tesoureiro de "O Amanhã". O movimento nasceu há cinco anos, em São Paulo. Na época, nove famílias católicas decidiram formar uma sociedade civil, sem fins lucrativos, para proteger "os valores culturais e morais do país contra os abusos da televisão". Das nove famílias, quatro colaboravam com a TFP. Hoje, "O Amanhã" funciona em um escritório de Santa Cecília, região central de São Paulo. Possui 30 mil simpatizantes –que, pelo menos uma vez, doaram dinheiro para o movimento. Quanto? "É difícil precisar", despista Chaves. Desde que surgiu, a organização já espalhou 1,3 milhão de cartas pelo país. O público-alvo são os assinantes de publicações católicas. O assunto, sempre o mesmo: os "perigos" da televisão. Texto Anterior: Noite com Sepultura é a mais procurada Próximo Texto: Carta usa modelo publicitário Índice |
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