São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994 |
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Leste europeu teme a direita
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MOSCOU Ao abocanhar o maior número de cadeiras na Duma, o Partido Liberal Democrático de Vladimir Jirinovski desencadeou uma reação de medo no Leste europeu. Países como Hungria, Polônia e Ucrânia temem a chegada ao poder dos ultranacionalistas, ansiosos para devolver a Moscou a aura de superpotência.Os ex-integrantes do Pacto de Varsóvia, a extinta aliança militar do bloco soviético, querem agora a carteirinha da Otan para contar com proteção dos EUA. Jirinovski não esconde suas intenções de concorrer nas próximas eleições presidenciais russas, previstas para 1996. Por enquanto, ele e o seu PLD aparecem como uma força importante num Parlamento sem muitos poderes. Mas, como ressalta o analista Alexander Ianov, os ultranacionalistas têm perspectivas promissoras: "A tensão na sociedade deve aumentar com o aprofundamento das reformas e isso favorece os radicais." No livro "O Desafio Russo e o Ano 2000", Ianov diz que a estabilidade mundial depende de uma revisão da política ocidental para a Rússia. A ajuda deve ser mais eficaz, explica ele, para evitar o desemprego. Jirinovski quer influenciar os rumos do governo, mas a Duma lhe fornece poucos recursos. Sua real força entre os deputados está para ser testada. Ainda não ficou definido o panorama final das bancadas. Gennadi Burbulis, deputado e conselheiro presidencial, prevê que o Parlamento se dividirá em dois grupos com a mesma força: de um lado, os reformistas pró-Ieltsin; do outro, a frente nacionalista/comunista. Parece certo que os ieltsinistas não terão a maioria folgada que o Kremlin sonhava obter ao antecipar as eleições para dezembro. (JS) Texto Anterior: Acordo sobre mísseis é incerto Próximo Texto: Otan encerra cúpula com nova ameaça de bombardear sérvios Índice |
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