São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Humor triunfa em 'Hannah'

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

HANNAH E SUAS IRMÃS. Globo, 2h. EUA, 1986. Direção: Woody Allen.
Esta é uma história de família –basta ver o título. Também é sobre infidelidade conjugal (eventualmente, um tanto perversa), ou sobre desencontros amorosos, ou sobre a dedicação de uma mãe.
Existem, enfim, tantos "subplots" em "Hannah e Suas Irmãs" que, no final das contas, quem vence é Nova York. Diz Carlos Reichenbach que cineasta não deve andar de carro. É a pé que observa a cidade onde vive e desenvolve a percepção para aspectos que, um dia, virá a filmar.
É provável que Woody Allen faça algo parecido, ou tenha feito: a Nova York de "Hannah" escapa aos clichês sobre a cidade (que o próprio Woody já trabalhou) e tem um olhar externo, o do fotógrafo Carlo Di Palma, o que não atrapalha nada.
No mais, o filme tem uma profusão de personagens que ajudam o espectador a esquecer um pouco de Mia Farrow. E Woody Allen também. Na época, ele estava no coração de uma fase que variava da imitação de Bergman ao "bem-feitismo", passando pelo inexpressivo ("A Era do Rádio", por exemplo).
Aqui, os inúmeros personagens, mais o talento de Michael Caine, Barbara Hershey, Diane Wiest –entre outros– ganham a atenção e variam o astral: há drama, certamente, mas nada se sobrecarrega demais. E há um triunfo do humor, que não está propriamente nas "gags", mas na satisfação que se parece ter de filmar. "Hannah" chega tarde, mas chega bem. (Inácio Araujo)

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