São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994 |
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Sidney faz balé de espadachins
INÁCIO ARAUJO
Já se disse que George Sidney, um mestre dos musicais, dirigia duelos de espadas como um balé, e com a mesma desenvoltura dava a certos balés a tocada incisiva de um duelo. "Scaramouche" é isso: um fabuloso encontro entre energia e elegância, que se desdobra num belo jogo de máscaras. Existe a França na época da Revolução, os nobres arrogantes, desejos de vingança, sensualidade. Scaramouche é o homem que se torna espadachim para vingar a morte do irmão, nas mãos de um nobre cruel. Precisa esconder-se sob a máscara de ator mambembe para chegar a seu objetivo. Enquanto isso, provoca paixões fulminantes nas mulheres ao lado. Justiceiro que vive o espírito de seu tempo, Scaramouche é um homem cuja gentileza e retidão estampam-se nos gestos precisos, na enorme capacidade de improviso. Virtudes a que George Sidney dá a medida certa, com uma direção de uma leve e inventiva. Essa saga coloca em confronto maneiras de conceber a vida, de projetar o futuro, de postular formas de estar no mundo: é um filme de hoje. ( Inácio Araujo) Texto Anterior: Trapalhões de 18 anos escalam na audiência Próximo Texto: Manoel de Barros não é Shakespeare Índice |
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