São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Governo dos EUA investiga ex-escritório de Hillary

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA está investigando se o escritório de direito ao qual a primeira-dama Hillary Clinton foi associada, a Rose Law Firm, enganou as autoridades monetárias federais que em 1989 apuravam irregularidades no banco de poupança de propriedade de James McDougall, o sócio dos Clinton na também suspeita empresa de construção Whitewater.
A Rose Law Firm representou o banco de McDougall em 1986, tentando obter um esquema de recapitalização junto ao governo do Estado de Arkansas, cujo governador era Clinton. Três anos depois, quando o banco foi liquidado, a Rose foi contratada pelo governo federal para tentar recuperar dinheiro de investidores.
O governo dos EUA em geral não pode contratar escritórios de direito ou contabilidade para trabalhar em casos contra instituições financeiras às quais já prestaram serviços antes. Agora, o governo apura se a Rose revelou às autoridades que já havia representado o banco de McDougall.
A secretária da Justiça, Janet Reno, disse ontem que vai levar em conta as sugestões que o líder da oposição, Bob Dole, lhe fez para o cargo de promotor independente do caso Whitewater. Entre outros, Dole indicou dois secretários da Justiça do governo de Jimmy Carter: Griffin Bell e Benjamin Civiletti. Carter é do mesmo partido de Bill Clinton.
Perguntada se o promotor independente vai poder apurar também as causas do suicídio do assessor de Clinton Vincent Foster, Reno foi evasiva e disse que vai garantir ao promotor "liberdade de ação para alcançar os objetivos propostos". Foster também era associado da Rose Law Firm, assim como Webster Hubbell, a terceira pessoa na hierarquia na Secretaria da Justiça.

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