São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Cúpula não é importante, diz nacionalista

ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MOSCOU

O encontro de Moscou não tem nenhuma importância e o presidente Clinton "não representa nada", declarou ontem o deputado Vladimir Jirinovski, líder do ultranacionalista Partido Liberal Democrático. Estrela ascendente da política russa, Jirinovski voltou a falar em sua intenção de conquistar o Kremlin nas eleições presidenciais de 1996.
"Nossa época começou", proclamou ele na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo. Jirinovski anunciava desistir de disputar a presidência da Duma para se concentrar em suas campanhas para 1996. Nas eleições parlamentares, seu partido teve 23% dos votos, baseando-se num discurso ultranacionalista e anti-Ocidental.
A perspectiva de uma volta da Guerra Fria, com Jirinovski no poder, assustou os Estados Unidos. Clinton, que tem encontros com diversos líderes políticos russos, rejeitou reunir-se com Jirinovski. O presidente Ieltsin também usa a reunião de cúpula para mostrar que controla a situação no país, apesar de enfrentar um Parlamento hostil a boa parte de suas iniciativas.
Com sua metralhadora verbal, Jirinovski contra-atacou, direcionando a ofensiva contra Clinton e Ieltsin. "O que acontece hoje na Duma é muito mais importante para o mundo inteiro e para a Rússia do que o encontro dessas duas pessoas superadas", afirmou o líder ultranacionalista russo.
A câmara baixa do novo Parlamento russo, que começou seus trabalhos na terça-feira, mergulhou ontem numa disputada sessão para eleger seu presidente. Ivan Ribkin, do Partido Agrário e aliado dos comunistas, enfrentava Iuri Vlasov, um ultranacionalista e ex-campeão olímpico de levantamento de peso. Os candidatos pró-governo foram derrotados no começo da votação. Na primeira sessão, Ribkin teve 233 votos contra 200 de Vlassov. O segundo turno será hoje. (JS)

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