São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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FHC admite candidatura à presidência

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso, admitiu ontem que pode deixar o ministério em abril e se candidatar a presidente. "Se for necessário, conveniente e possível, também posso servir ao Brasil como candidato à Presidência da República", disse FHC. Em apenas quatro horas, o ministro cumpriu uma maratona de candidato em Goiânia, onde abonou mais de 200 filiações ao PSDB.
Hoje, FHC também vai cumprir novamente programa de candidato a presidente. O ministro vai participar da distribuição de cestas básicas de Alimentos em Águas Belas (PE). Lá, vai se reunir com os governadores do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí. O PSDB pernambucano, através do deputado Maurílio Ferreira Lima, também promete lançar FHC ao Planalto.
Apesar da postura de candidato, FHC afirmou que não terá "mágoa" se o presidente Itamar pedir para que ele fique até o final do governo e colocou no mesmo plano a possibilidade de ficar no ministério ou lançar a candidatura presidencial.
O ministro foi recebido na Assembléia Legislativa com queima de fogos e faixas com a mensagem "FHC para presidente". Durante todo o trajeto pelas ruas de Goiânia, o carro do ministro foi escoltado por batedores da PM.
Durante reunião do diretório regional, da qual participaram mais de 400 pessoas, FHC foi lançado como candidato à Presidência. O lançamento foi feito pelo candidato do PSDB ao governo de Goiás, Nion Albernaz, e pelo presidente do diretório regional do partido, deputado Antônio Falleiros. Nion trocou recentemente o PMDB pelos tucanos e já lidera as pesquisas de opinião como favorito ao governo.
O comportamento do ministro da Fazenda foi de candidato. Durante discurso de 15 minutos, FHC esqueceu a aceleração da inflação e concentrou-se sobre o "fim da recessão", "queda de desemprego" e "aumento de 12% na massa salarial" na sua gestão.
"Página virada"
"A política é a arte do necessário. Às vezes, o impossível é necessário. Não se mede um político pelo que é possível. Estamos virando uma página na história do Brasil", disse FHC. Ele encerrou seu discurso, novamente sob queima de fogos de artifício, afirmando que "certamente" haverá um tucano na Presidência.
FHC também reuniu-se no Palácio das Esmeraldas com o governador de Goiás, Iris Rezende (PMDB). O ministro pediu o apoio ao pacote fiscal e disse que o entendimento com governadores é essencial para o sucesso do plano de estabilização.
E, seguida, o ministro almoçou com mais de 200 empresários da Aciegs (Associação Comercial e dos Empresários do Estado de Goiás).

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