São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Declaração desagradou até ao PSDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados que negociam o plano de estabilização econômica do governo criticaram o ministro Fernando Henrique Cardoso, que admitiu ontem a possibilidade de disputar a Presidência da República. A declaração do ministro repercutiu mal também entre os líderes políticos no Congresso.
A frase do ministro desagradou até mesmo ao PSDB. "Para o plano econômico, não ter dito essa frase seria melhor", afirmou o senador Beni Veras (PSDB-CE).
Um dos representantes do PSDB na comissão, deputado José Abrão (SP), também criticou a frase de FHC. "O momento é inoportuno para o ministro discutir sua candidatura. Vai dificultar os entendimentos que estão sendo feitos porque o seu trabalho como ministro será desviado para uma discussão eleitoral", disse Abrão.
O relator da comissão especial da Câmara que analisa o plano, deputado Gonzaga Mota (PMDB-CE), afirmou que "esta declaração não ajuda em nada as negociações". Para o deputado Luís Roberto Ponte (PMDB-RS), que coordena a subcomissão de ajuste fiscal, "era melhor que o ministro não tivesse dito isto".
Para o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), coordenador da subcomissão de política monetária, "há um grande risco nesta declaração: transferir a discussão do plano da esfera política para o terreno perigoso dos palanques".
O presidente da comissão, deputado Reinhold Stephanes (PFL-SC), frisou que sua conduta não será alterada por causa das declarações de FHC. Mesmo assim, ele admitiu que "os parlamentares são muito sensíveis a isto".
O vice-presidente do Congresso, deputado Adylson Motta (PPR-RS), também considerou que o lançamento da candidatura de FHC prejudica a aprovação do plano econômico.

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