São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Raia não vê solução para Tide

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal da Saúde, Silvano Raia, disse que "não existe solução em curto prazo" para melhorar as condições de atendimento no Hospital Tide Setúbal, o maior da região de São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo). Anteontem, o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) fez uma blitz no hospital e constatou que o Tide não tem condições minímas para funcionar.
O hospital passa por reforma e os pacientes estão sendo acomodados nos corredores, onde há goteiras e instalação elétrica exposta. É grande o risco de infecção, segundo o Cremesp. "A única coisa a fazer é apressar as obras", disse o secretário.
Raia afirmou que grande parte do problema do Tide Setúbal "e de toda a rede de saúde" é que os hospitais estão sobrecarregados com atendimentos que poderiam ser feitos em postos da Saúde e unidades básicas.
Segundo o secretário, um convênio com o governo federal permitirá transformar duas unidades da Saúde em São Miguel em "pronto-socorros médicos". As unidades receberão equipamentos de hospitais, como raio-X, e passarão a atender parte dos pacientes que atualmente recorrem ao Tide.
Raia também atribuiu ao caos no sistema da Saúde a morte de seis recém-nascidos no Hospital e Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. Em alguns dias, morreram 6 de 14 prematuros, infectados por bactérias. Ironicamente, o Vila Nova Cachoeirinha tem o selo de Conformidade Hospitalar atribuído pelo Conselho Regional de Medicina Paulista e Associação Paulista de Medicina.
Apenas 12 hospitais no Estado têm o selo, dos cerca de 100 que se submeteram à avaliação. Sâo Paulo tem cerca de 850 hospitais. O episódio da morte dos bebês influenciará a avaliação futura do hospital, mas por si só não basta para que ele perca o selo.

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