São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994 |
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'Faltou equilíbrio à seleção depois do tri'
MARIO JORGE LOBO ZAGALO
O futebol mundial começou a mudar muito a partir de 1963, quando o Brasil, bicampeão, sofreu derrotas na Europa para equipes consideradas "segundas forças", como Portugal, Bélgica e Holanda. Os europeus começaram a cuidar cientificamente do preparo físico para ocupar mais e melhor os espaços em campo –o futebol-força. Não vi a Copa de 66, mas sei que, surpreendidos por esse futebol, fomos mal. Aprendemos a lição e brilhamos em 70. Nenhuma seleção se preparou tão bem. Nenhuma enfrentou de modo tão competente a altitude. Nenhuma jogou futebol tão moderno. Aí vieram os anos de jejum, a começar por 74. Uma geração de ouro ficara para trás. Nas quatro Copas seguintes, fui mero observador. Tem faltado à seleção, nesses anos, um certo equilíbrio. Conseguimos armar boas equipes, como em 82 e 86, mas faltou combinar virtuosismo e competitividade. Creio estar aí o segredo. Raras vezes soubemos, na seleção, fazer com que nossa excepcional técnica coexista com a consciência tática. Nossos jogadores são geniais com a bola nos pés, mas precisam aprender a jogar da mesma forma sem a bola. Saber marcar, saber defender, não significa retranca. Futebol é equilíbrio. As cinco Copas perdidas, de 74 para cá, têm muito a ver com isso. Texto Anterior: Tricampeões ganham carros de presente; Pelé vira soldado após a Copa de 58 Próximo Texto: Manifesto acusa a imprensa em 1973; Brasil se concentra debaixo de neve; Falcão é o 1.º a ser vendido à Itália; Clubes mudam na década de 80; 'Lazaronês' não funciona em 1990 Índice |
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