São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Manifesto acusa a imprensa em 1973; Brasil se concentra debaixo de neve; Falcão é o 1.º a ser vendido à Itália; Clubes mudam na década de 80; 'Lazaronês' não funciona em 1990

ROMPIMENTO
Manifesto acusa a imprensa em 1973
Sinal de que os tempos vindouros seriam tristes. Em 73, após uma derrota para a Suécia numa excursão à Europa, a delegação brasileira resolveu colocar a culpa pelo mau futebol na imprensa. No dia 25 de junho a comissão técnica redigiu o que ficou conhecido como "Manifesto de Glasgow". O texto, escrito por Cláudio Coutinho, tinha 381 linhas e 13 erros de gramática. Acusava os jornalistas de publicarem inverdades e fazerem campanha contra a seleção. Todos os jogadores assinaram.
A FRASE
"Esses holandeses jogam na base do tico-tico no fubá, muita firula e pouca objetividade"
Do técnico Zagalo, comentando a seleção da Holanda na Copa de 74. Na semifinal o Brasil foi derrotado pelo "tico-tico" por 2 a 0
FRIA
Brasil se concentra debaixo de neve
Em 74, o Brasil escolheu a cidadezinha de Feldeberg para se concentrar e se isolar do mundo, cercada por uma matilha de cães policiais e arame farpado. Os jogadores quase morreram de frio. Apesar de ser início de verão na Europa, ninguém sabe bem por que nevou em Feldeberg em junho.
ÊXODO
Falcão é o 1.º a ser vendido à Itália
Em 1980 Paulo Roberto Falcão iniciou o êxodo de craques brasileiros para o exterior, tendo a Itália como maior mercado comprador. O volante do Inter foi vendido à Roma e lá conseguiu um título italiano, em 83, encerrando um jejum de 41 anos. Depois dele foram Zico, Dirceu, Cerezo e muitos outros.
DEMOCRACIA
Clubes mudam na década de 80
Só no início dos anos 80 que um sopro de modernidade atingiu o futebol brasileiro. O Corinthians adotou novos conceitos de relacionamento entre jogadores e dirigentes, no que se chamou de "Democracia Corintiana". Comandado por Sócrates e Casagrande, o time foi bicampeão paulista. Na eleição seguinte, porém, a "Democracia" acabou.
NOVA ERA
'Lazaronês' não funciona em 1990
Em 89 o Brasil parece que vai engrenar. Ganha a Copa América, mas no ano seguinte afunda no "lazaronês", termo cunhado para definir o vocabulário do técnico Sebastião Lazaroni. Com um futebol covarde e sem brilho, a seleção perde da Argentina e é eliminada precocemente da Copa da Itália. Lazaroni considerava Dunga o símbolo daquele time, a síntese do futebol moderno. O jogador não saiu ileso. O Brasil de 90 é lembrado como o da "era Dunga".

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