São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Proteja-se da inflação aplicando nos fundos

MARIO ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Janeiro começou com uma disputa entre mercado financeiro e Banco Central. O motivo da discórdia era a expectativa de inflação. De um lado, as instituições financeiras puxavam os juros esperando índices acima de 40%. De outro, o BC não admitia este patamar. É uma contenda que deve se repetir. No meio dela, o aplicador questiona onde colocar o dinheiro. Analistas ouvidos pela Folha sugerem fundos.
Embora ainda não haja números sobre a inflação de fevereiro, parte do mercado espera que ela fique, no mínimo, equivalente à de janeiro. Outro fator que pode mudar o quadro de expectativas é a possibilidade de o governo antecipar para o próximo mês a adoção da URV (Unidade Real de Valor). O único consenso, no entanto, é que a inflação está incerta.
"O investidor precisa procurar um ativo que dê ganho real e evite o risco de perder da inflação", diz Marcelo Maneo, superintendente de administração de recursos do Unibanco. "O fundo de renda fixa DI garante o juro real, independentemente do tamanho da inflação", aconselha.
Maneo explica que a melhor maneira de evitar perdas com a inflação é participar do mercado de CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que rende juros diários. Isto porque o BC mantém os juros elevados através das operações de overnight. "O investidor tem que aplicar em um ativo que reflita esta realidade. São os fundos DI", diz Maneo.
Para Turíbio Silva, diretor-executivo do banco Crefisul, o investidor deve dividir seu dinheiro em aplicações de renda fixa (60%) e em fundos de ações (40%). "Até julho, o capital externo deve continuar entrando nas Bolsas de Valores, garantindo rentabilidade acima da inflação", afirma.
Quanto à renda fixa, Silva recomenda fundo DI e de commodities. A maior parte deve ir para o fundo DI. "Com as taxas em elevação, é o mais ágil", explica.
Mas, do total de recursos aplicados em renda fixa, o diretor do Crefisul recomenda que 10% devem ir para commodities. "O fundo de commodities terá liquidez diária logo depois do Carnaval, quando deverão ser analisadas novas alternativas para o dinheiro", afirma.

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