São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Novos papéis vão ao exterior

NILTON HORITA
DA REPORTAGEM LOCAL

A fartura de lançamentos de papéis brasileiros no exterior tem como alvo os dólares depositados por brasileiros no exterior, que, segundo estimativa do Ministério do Planejamento, somam cerca de US$ 29 bilhões.
E a variedade de papéis aumenta nas próximas semanas: a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) prepara um lançamento de US$ 130 milhões em ADRs (American Depositary Receipts) em Nova York (a operação explica a valorização de 1.700% das ações da empresa nas bolsas brasileiras) e o governo mineiro emite US$ 200 milhões em títulos com opção de troca por ações da Cemig.
As duas operações representam as modalidades mais recentes de papéis brasileiros no mercado internacional. "O mercado está aumentando sua sofisticação", explica Eduardo Saad, diretor do escritório da Merrill Lynch no Brasi.
Este interesse por papéis brasileiros é a principal justificativa para que a Merrill Lynch decidisse pela conversão do escritório em uma distribuidora de valores, com o ingresso de alguns milhões de dólares de investimento.
"O mercado justifica", afirma Bernardo Parnes, vice-presidente da instituição. "Afinal, não são apenas os brasileiros com dinheiro no exterior que se interessam em aplicar aqui."
A Lehmann Brothers, Baring Securities, Bearn & Stearns, Santander Investment, Salomon Brothers e Nomura Securities, todas corretoras que participam do jogo financeiro nos principais mercados do mundo, estão presentes nas Bolsas brasileiras. Também a Goldman Sachs e outros bancos de investimento estão preparando a formação de carteiras próprias.
Hoje esses bancos e corretoras já estão no mercado administrando posições próprias. Ou seja, estão aplicando dinheiro do próprio patrimônio no mercado brasileiro. A Merrill Lynch, para se ter uma idéia, já foi a responsável por 10% do giro financeiro diário das Bolsas.(NH)

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