São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Indústria se 'humaniza' e abre vagas

JOSÉ VICENTE BERNARDO
EDITOR-INTERINO DE EMPREGOS

O "furacão" que abala a indústria de países em busca de sua inserção no mercado mundial vai continuar fazendo estragos. Cortes, extinção de cargos ou repasse de tarefas para outras empresas – na tentativa de aprimorar qualidade e reduzir custos – estão atingindo igualmente potências do Primeiro Mundo e países em desenvolvimento. Executivos e especialistas, porém, prevêem um futuro fértil para a indústria brasileira. Ao contrário das principais economias mundiais, a extensão territorial, os recursos minerais e hídricos e a escassez de infra-estrutura básica são as garantias de que todos os segmentos que a indústria ainda têm campo para crescer no Brasil.
Para as empresas consultadas neste segundo capítulo da série "Profissões do Futuro", as funções com maior importância e demanda nos próximos dez anos serão aquelas onde o fator humano atua como elo de ligação entre a produção e o mercado consumidor – comércio exterior e atendimento a clientes – ou como articulador de estratégias – consultoria e logística (veja quadro ao lado). O aumento de oportunidades em áreas técnicas – automação e robótica, telecomunicações e demais especializações da engenharia (leia texto abaixo) – acompanhará o crescimento econômico do país.
"Há fortes indicações de que a retomada do crescimento começará em 95", prevê Francisco Romeu Landi, 60, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Para ele, as ofertas de emprego começarão justamente por empresas que hoje significam demissão – como as indústrias de automação e informática.
"O Brasil tem mais chances que muitos países europeus porque é um país jovem, menos atrelado a tradições e mais aberto a mudanças. Isso o ajudará a queimar etapas na reorganização de seus processos produtivos", avalia Giuseppe Cappellani, 59, diretor de pessoal e organização da Fiat. Minas e energia, agroindústria, química e metalurgia são, para ele, as áreas que "puxarão" o crescimento do país. "Temos um mercado interno potencialmente enorme, que suporta qualquer produção em série".
Por mais promissor que seja o cenário no ano 2000, será inevitável um aumento na exigência de qualificações técnicas e gerenciais em todos os níveis.

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