São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Empresas investem em jovens 'da casa'

Adriana Salles Gomes

ADRIANA SALLES GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes empresas começam a investir maciçamente em seus jovens executivos. Philips, Alcoa e IBM, entre outras, descobriram que com um gasto de US$ 18 mil por pessoa, podem melhorar a formação de seus funcionários para "criar em casa" os futuros dirigentes da organização. Esse preço -praticamente o que pagariam para um headhunter lhes conseguir um bom gerente sênior- é o valor do curso de mestrado em administração de negócios (MBA) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Na primeira turma, de julho de 93, 30 dos 40 alunos estão sendo patrocinados por suas empresas.
As inscrições para a segunda turma estão abertas. Cerca de 70 gerentes da Philips se candidataram quando ela anunciou que bancará o MBA de todos que forem aprovados. É seu novo instrumento de RH; o desempenho de cada um no curso refletirá em sua carreira. "Estamos buscando o perfil do executivo moderno, como parte de nossa reestruturação", diz Beatriz Tozzi, 42, gerente geral de relações institucionais da Philips.
Além da apresentação de bons resultados, a formação generalista parece contar muito. Antônio Augusto Simões Pereira, 30, assessor da gerência de orçamento de custos da Camargo Corrêa, rodou todas as áreas da companhia, que decidiu patrociná-lo por considerá-lo promissor. O engenheiro metalúrgico Adriano Tramontina, 36, gerente de operações na Alcoa, já transitou da fábrica ao setor de marketing e fez vários cursos sobre administração.
O desempenho na faculdade também pesa. Ricardo Lachac, 26, da IBM, foi o terceiro colocado no curso de engenharia elétrica da Escola Politécnica da USP. Isso pesou na reunião que teve com seu gerente para negociar o pagamento de 75% de seu curso. Seu comportamento foi outro diferencial. Lachac é conhecido por sua calma em momentos críticos. Um executivo com MBA não tem salário inferior a US$ 4 mil nos EUA e deve seguir essa linha no Brasil.

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